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Destaques - Leitura indispensável

  • Estou cansado!
    Um desabafo com o Pr. Ricardo Gondim
  • O posicionamento da IURD
    Minha resposta à posição de Edir Macedo
    sobre o aborto
  • O entristecer e o extinguir o Espírito Santo de Deus
    Uma ótima mensagem de Takayoshi Katagiri
  • A mulher samaritana, Coca-Cola e Jesus
    Uma excelente reflexão com o Pr. Ricardo Gondim
    sobre tratar o Evangelho de Cristo como um produto e propaganda de marketing
  • Quando o sacrifício de Jesus não vale nada!
    Uma ótima reflexão com o Pr. Luiz Carlos Alves
    sobre a fé e superstições
  • Morra, para que outros possam viver
    Uma excelente reflexão sobre o tipo de evangelho que
    tem sido pregado hoje, com Juliano Son do Ministério Livres para Adorar

Obrigado pela sua visita! E não deixem de comentar os artigos!!!

terça-feira, 27 de janeiro de 2009

Saiu no Destak

No dia 18 deste mês de janeiro, um desastre abalou a sociedade. O teto do templo sede da Igreja Renascer desabou, ferindo mais de cem pessoas e causando a morte de nove mulheres.


No dia 20, foi publicado na capa do Destak Jornal (um jornal de distribuição gratuita) uma matéria sobre os andamentos das investigações a respeito das causas do desabamento.






Nesta mesma edição, na pág 2, fui publicada a infeliz declaração dos líderes da Igreja Renascer:

"Estevam Hernandes e Sônia Hernandes, líderes da Renascer, disseram em nota que as vítimas da tragédia "foram colhidas por Deus" e que o acontecido foi uma grande fatalidade. "Não sabemos o motivo. Mas há de haver um propósito para tal sofrimento." Os dois estão impedidos de sair dos EUA há dois anos, quando tentaram entrar no país com US$ 56 mil não declarados"


Obviamente, a declaração teve grande repercursão na mídia e muito foi dito a respeito. Houve indignação entre evangélicos e não evangélicos.

Dentre as muitas declarações que foram feitas, quero destacar aqui a de um leitor do Destak, publicada no dia 22:

"Impressionante o que disseram os líderes da Renascer sobre a tragédia que matou nove pessoas. Quer dizer que o teto caiu porque Deus quis? Para eles, existe um 'propósito em tamanho sofrimento'? Será possível? Será mesmo que Deus provoca tragédias com determinados propósitos? Que Deus é esse que usa a vida humana para passar mensagens? Será que a mensagem é 'não acreditem nos falsos profetas que só querem lucrar com a fé alheia'?" - Carlos Alberto de Souza


Diante da "revolta" deste leitor, eu decidi escrever ao Destak e deixar também minha opinião. Qual não foi minha surpresa ao vê-la publicada na edição do dia 26:

"Ao Sr. Carlos Alberto de Souza, que comentou a declaração dos líderes da Renascer (22/01), digo o seguinte: para todo aquele que crê num Deus onipotente, tudo, absolutamente tudo o que acontece, acontece por permissão divina! Nada foge ao controle de Deus - o que não quer dizer que a responsabilidade por essa tragédia seja dEle. Somos responsáveis pelos nossos próprios erros e decisões. Isso também não impede Deus de usar circunstâncias adversas com um determinado propósito, mesmo tragédias como essa (ainda que Ele não seja o causador do desastre). De qualquer forma, foi de uma infelicidade muito grande a tal declaração ('Há de haver um propósito para tal sofrimento') - Dovaniano dos Santos"


Não consigo "repreender" ninguém por pensar como o Sr. Carlos ou por criticar, nesse momento, os líderes da Renascer, pois suas palavras parecem responsabilizar, única e exclusivamente a Deus pelo incidente. Eles não parecem estar sensibilizados, nem tampouco sentem-se responsáveis. O fato de Deus permitir que algo aconteça, não quer dizer que Ele aprove! Além disso, continuam fazendo declarações que tranformam essa tragédia num circo para a mídia nacional e assim, envergonham o Evangelho de Cristo.

Reconheço a Igreja Renascer em Cristo como uma igreja séria, mas a posição que seus líderes têm tomado, contribue para o mau testemunho da Igreja diante dos homens, o que atrapalha a pregação do evangelho. Em uma de suas pregações o Pr. Ricardo Gondim declarou: "Já desisti de tentar defender a igreja" - e não é para menos, a cada dia que passa novos escandalos avassalam os noticiários, novos modismos e aberrações invadem os púlpitos das igrejas no Brasil e no mundo, tirando o brilho do verdadeiro Evangelho de Cristo e gerando uma geração de cristãos supersticiosos e gananciosos. É triste ver isso tudo acontecer.

Agora, como se já não fosse o bastante, os órgãos públicos se movem para promover uma fiscalização geral nos templos religiosos (ao que não sou contrário), mas não em todos os estabelecimentos comerciais, como deveríamos esperar.

A Igreja que outrora era perseguida simplesmente por ser Luz no mundo, agora há de ser perseguida por estar caminhando em trevas! Que vergonha!



Para consultar as matérias
publicadas acesse: www.destakjornal.com.br

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quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

Uma oração antes da cirurgia

Por Tina Blessitt

Meu filho de nove anos fez um pedido que surpreendeu aos médicos e me ensinou uma valiosa lição sobre compartilhar o Evangelho.

No último outono meu filho Austin, de nove anos, foi submetido a uma cirurgia para a retirada das amídalas. Antes da cirurgia, o anestesista chegou para colocar o soro. Ele usava uma divertida roupa cirúrgica, que incluía um chapéu cheio de desenhos de sapos coloridos. Austin amou o “chapéu de sapos”.

O médico explicou que Austin tinha duas opções: poderia fazer a punção e colocar o soro naquele momento ou aguardar até que fosse levado para o centro cirúrgico. No centro cirúrgico, o médico daria para Austin um gás que iria relaxá-lo para que então colocasse o soro.

“Então, Austin, o que você prefere?”, ele perguntou.

Austin respondeu: “Quero o gás”.

Mas conforme o médico saía do quarto, Austin o chamou novamente: “Espere!”.

O médico olhou para ele e disse: “Diga, amiguinho, do que você precisa?”.

“Você vai à igreja?”, perguntou Austin.

“Não, sei que provavelmente deveria ir, mas não vou”, admitiu o médico.

Austin então perguntou: “Mas, você é salvo?”

Com um sorriso nervoso o médico disse: “Não. Mas depois de falar com você, talvez isso deva ser algo que eu preciso considerar”.

Satisfeito com a resposta do médico, Austin respondeu: “Bem, você deveria mesmo considerar, porque Jesus é ótimo!”

“Sim, garoto; tenho certeza de que Ele é”, disse o médico enquanto saía rapidamente do quarto.

Em seguida, uma enfermeira levou-me para a sala de espera. Alguém viria avisar quando a cirurgia de Austin chegasse ao fim.

Após 45 minutos, o anestesista veio à sala de espera. Ele me falou sobre o sucesso da cirurgia e então disse: “Sra. Blessitt, não costumo vir à sala de espera após a cirurgia para conversar com os pais, mas neste caso abri uma exceção. Preciso falar sobre o que seu filho fez”.

Logo pensei: “O que aquele garoto aprontou desta vez?”

O médico explicou que ele havia colocado a máscara em Austin quando meu filho sinalizou que tinha algo a dizer. O médico então removeu a máscara e ele lhe disse: “Espere um pouco! Eu preciso orar!”

O médico disse a ele que orasse e então ele o fez: “Querido Deus, por favor, dê aos médicos e às enfermeiras um lindo dia. E Jesus, por favor, permita que o médico do chapéu de sapo seja salvo e comece a freqüentar a igreja. Amém!”

O médico admitiu então que aquilo o havia tocado: “Eu estava certo de que ele faria uma oração pelo sucesso da cirurgia. Ele nem mencionou a cirurgia. Orou por mim! Sra. Blessitt, eu precisava vir aqui e lhe dizer que a senhora tem um garotinho excelente”.

Após alguns minutos a enfermeira foi me buscar para que eu acompanhasse meu filho na sala de recuperação. Ela tinha um grande sorriso no rosto quando entramos no elevador: “Sra. Blessitt, não via a hora de lhe dizer uma coisa incrível que seu filho fez”.

Com um sorriso, eu disse a ela que o médico já havia mencionado a oração de Austin.

“Mas há algo que a senhora não sabe”, ela disse.

“Algumas enfermeiras e eu já estávamos testemunhando e orando por este médico há muito tempo. Depois da cirurgia de seu filho, o médico nos procurou para contar acerca da oração de Austin. Ele disse: ‘Meninas, fui pego. Se aquele garotinho orou por mim pouco antes da cirurgia dele, acho que preciso mesmo desse seu Jesus também”.

Então a enfermeira descreveu o momento em que outras enfermeiras se juntaram ao médico e a oração que ele fez para receber a Cristo ali mesmo no hospital. Fiquei espantada! Austin fez uma pequena participação em algo tão maravilhoso. Da mesma forma, vi a importância das enfermeiras que oraram pelo médico e testemunharam a ele. Então pensei nas palavras de João no Evangelho: “Assim é verdadeiro o ditado: um semeia e o outro colhe” (João 4.37).

A experiência de Austin me ensinou que, mesmo sem saber para qual papel somos chamados a desempenhar, no final isso não importa. O que importa é que permaneçamos fiéis em compartilhar o Evangelho.


Tina Blessitt
é escritora e mora com seu marido
e quatro filhos no Kentucky, EUA
Fonte: www.cristianismohoje.com.br

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quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

Poder e sucesso, justiça e santidade

Por Jung Mo Sung


A nossa esperança e o nosso testemunho não podem ser fundados na fé em Deus-poder ou na divinização de alguma pessoa, grupo social ou instituição. A fé cristã nos apresenta um caminho inverso: ao invés da divinização de um ser humano muito poderoso ou de alguma instituição social (como o mercado) ou religiosa – proposta sedutora de muitas religiões e ideologias sociais –, o Evangelho de Jesus nos propõe um Deus que se esvazia do seu poder divino para entrar na história como escravo, e como escravo se assemelhar ao humano (Filipenses 2.6,7).

Deus se revela no esvaziamento do poder para mostrar que o poder e o sucesso não são sinônimos da justiça e da santidade. Pessoas ou igrejas que se consideram justas e santas porque são ricas e/ou poderosas ou porque têm muito ibope não conhecem a verdade sobre Deus e sobre o ser humano. Não é a riqueza que lhes dá dignidade e justifica a sua existência; a nossa existência está justificada e nós somos dignos antes da riqueza, poder ou sucesso, pois nós somos justificados pela graça de Deus que se esvaziou do poder porque ama gratuitamente a toda a humanidade e a toda a criação.

Essa fé e esperança podem ser experienciadas quando perseveramos na nossa opção pelos pobres e por uma Igreja mais servidora do Povo de Deus, mesmo quando a contabilidade de nossa luta e a frustração pessoal nos diz que não há mais pelo que esperar. No momento em perseveramos somente porque amamos é que podemos testemunhar esta esperança que é a esperança cristã, que nasce da morte na cruz de um Deus encarnado.


Jung Mo Sung
é professor no Programa de Pós Graduação
em Ciências da Religião da Universidade Metodista de São Paulo
e concentra suas pesquisas na relação entre teologia/religião – economia – educação
Fonte:
http://www.shalomunited.com/new/component/option,com_frontpage/Itemid,1/

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O ''Temor do Senhor''

Por Daniela Del Vale


Um dos requisitos de Deus é que O temamos (o que significa respeitá-lo e reverenciá-lo). A Bíblia diz em Deuteronômio 10:12-13

“Agora, pois, ó Israel, que é que o Senhor teu Deus requer de ti, senão que temas o Senhor teu Deus, que andes em todos os seus caminhos, e o ames, e sirvas ao Senhor teu Deus de todo o teu coração e de toda a tua alma, que guardes os mandamentos do Senhor, e os seus estatutos, que eu hoje te ordeno para o teu bem?"

Deus instrui os que O temem. A Bíblia diz em Salmos 25:12

“Qual é o homem que teme ao Senhor? Este lhe ensinará o caminho que deve escolher”

E em Provérbios 9.10

"O temor de Deus é o princípio da sabedoria e o conhecimento do Santo a prudência"

O temor de Deus provê um refúgio para as crianças. A Bíblia diz em Provérbios 14:26-27

“No temor do Senhor há firme confiança; e os seus filhos terão um lugar de refúgio. O temor do Senhor é uma fonte de vida, para o homem se desviar dos laços mortais."


Daniela Del Vale
IDPB - SP - Vila Continental

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sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

Aborto: dois pontos cruciais

Por Augustus Nicodemus Lopes


A legislação sobre o assunto

O artigo 128 do Código Penal brasileiro (que é de 1940) permite o aborto quando há risco de vida para a mãe e quando a gravidez resulta de estupro. Porém, apenas sete hospitais no pais faziam o aborto legal. Esse ano, a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados aprovou a obrigatoriedade de o SUS (Sistema Único de Saúde) realizar o aborto nos termos da lei. O projeto, porém, permite ao médico (não ao hospital) recusar-se a fazer o aborto, por razão de consciência - um reconhecimento de que o assunto é polêmico e que envolve mais que procedimentos médicos mecânicos. Por exemplo, o ministro da Saúde, Carlos Albuquerque, disse ser contrário à lei e comparou aborto a um assassinato. Além disto, médicos podem ter uma resistência natural, pela própria formação deles (obrigação de lutar pela vida). "O juiz que autoriza o aborto é co-autor do crime. Isso fere o direito à vida", disse o desembargador José Geraldo Fonseca, do Tribunal de Justiça de São Paulo, em entrevista ao jornal Estado de São Paulo (22/09/97). Segundo ele, o artigo 128 do Código Penal não autoriza o aborto nesses casos, mas apenas não prevê pena para quem o pratica. No momento, existem projetos de ampliar a lei, garantindo o aborto também no caso de malformação do feto, com pouca possibilidade de vida após o parto.

O ensino bíblico

O assunto é particularmente agudo para os cristãos comprometidos com a Palavra de Deus. É verdade que não há um preceito legal na Bíblia proibindo diretamente o aborto, como "Não abortarás". Mas a razão é clara. Era tão inconcebível que uma mulher israelita desejasse um aborto que não havia necessidade de proibi-lo explicitamente na lei de Moisés. Crianças eram consideradas como um presente ou herança de Deus (Gn 33.5; Sl 113.9; 127.3). Era Deus quem abria a madre e permitia a gravidez (Gn 29.33; 30.22; 1 Sm. 1.19-20). Não ter filhos era considerado uma maldição, já que o nome de família do marido não poderia ser perpetuado (Dt 25.6; Rt 4.5). O aborto era algo tão contrário à mentalidade israelita que bastava um mandamento genérico, "Não matarás" (Êx 20.13). Mas os tempos mudaram. A sociedade ocidental moderna vê filhos como empecilho à concretização do sonho de realização pessoal do casal, da mulher em especial, de ter uma boa posição financeira, de aproveitar a vida, de ter lazer, e de trabalhar. A Igreja, entretanto, deve guiar-se pela Palavra de Deus, e não pela ética da sociedade onde está inserida.

A humanidade do feto

Há dois pontos cruciais em torno dos quais gira as questões éticas e morais relacionadas com o aborto provocado. O primeiro é quanto à humanidade do feto. Esse ponto tem a ver com a resposta à pergunta: quando é que, no processo de concepção, gestação e nascimento, o embrião se torna um ser humano, uma pessoa, adquirindo assim o direito à vida? Muitos que são a favor do aborto argumentam que o embrião (e depois o feto), só se torna um ser humano após determinado período de gestação, antes do qual abortar não seria assassinato. Por exemplo, o aborto é permitido na Inglaterra até 7 meses de gestação. Outros são mais radicais. Em 1973 a Suprema Corte dos Estados Unidos passou uma lei permitindo o aborto, argumentando que uma criança não nascida não é uma pessoa no sentido pleno do termo, e portanto, não tem direito constitucional à vida, liberdade e propriedades. Entretanto, muitos biólogos, geneticistas e médicos concordam que a vida biológica inicia-se desde a concepção. As Escrituras confirmam este conceito ensinando que Deus considera sagrada vida de crianças não nascidas. Veja, por exemplo, Êx 4.11; 21.21-25; Jó 10.8-12; Sl 139.13-16; Jr. 1.5; Mt 1.18; e Lc 1.39-44. Apesar de algumas dessas passagens terem pontos de difícil interpretação, não é difícil de ver que a Bíblia ensina que o corpo, a vida e as faculdades morais do homem se originam simultaneamente na concepção.

Os Pais da Igreja, que vieram logo após os apóstolos, reconheceram esta verdade, como aparece claramente nos escritos de Tertuliano, Jerônimo, Agostinho, Clemente de Alexandria e outros. No Império Romano pagão, o aborto era praticado livremente, mas os cristãos se posicionaram contra a prática. Em 314 o concílio de Ancira (moderna Ankara) decretou que deveriam ser excluídos da ceia do Senhor durante 10 anos todos os que procurassem provocar o aborto ou fizesse drogas para provocá-lo. Anteriormente, o sínodo de Elvira (305-306) havia excluído até a morte os que praticassem tais coisas. Assim, a evidência biológica e bíblica é que crianças não nascidas são seres humanos, são pessoas, e que matá-las é assassinato.

A santidade da vida

O segundo ponto tem a ver com a santidade da vida. Ainda que as crianças fossem reconhecidas como seres humanos, como pessoas, antes de nascer, ainda assim suas vidas estariam ameaçadas pelo aborto. Vivemos em uma sociedade que perdeu o conceito da santidade da vida. O conceito bíblico de que o homem é uma criatura especial, feito à imagem de Deus, diferente de todas as demais formas de vida, e que possui uma alma imortal, tem sido substituído pelo conceito humanista do evolucionismo, que vê o homem simplesmente como uma espécie a mais, o Homo sapiens, sem nada que realmente o faça distinto das demais espécies. A vida humana perdeu seu valor. O direito à continuar existindo não é mais determinado pelo alto valor que se dava ao homem por ser feito à imagem de Deus, mas por fatores financeiros, sociológicos e de conveniência pessoal, geralmente utilitaristas e egoístas. Em São Paulo, por exemplo, um médico declarou: "Faço aborto com o mesmo respeito com que faço uma cesárea. É um procedimento tão ético como uma cauterização". E perguntado se faria aborto em sua filha, respondeu: "Faria, se ela considerasse a gravidez inoportuna por algum motivo. Eu mesmo já fiz sete abortos de namoradas minhas que não podiam sustentar a gravidez" (A Folha de São Paulo, 29 de agosto de 1997).

Conclusão

Esses pontos devem ser encarados por todos os cristãos. Evidentemente, existem situações complexas e difíceis, como no caso da gravidez de risco e do estupro. Meu ponto é que as soluções sempre devem ser a favor da vida. C. Everett Koop,ex-cirurgião geral dos Estados Unidos, escreveu: "Nos meus 36 anos de cirurgia pediátrica, nunca vi um caso em que o aborto fosse a única saída para que a mãe sobrevivesse". Sua prática nestes casos raros era provocar o nascimento prematuro da criança e dar todas as condições para sua sobrevivência. Ao mesmo tempo, é preciso que a Igreja se compadeça e auxilie os cristãos que se vêem diante deste terrível dilema. Condenação não irá substituir orientação, apoio e acompanhamento. A dor, a revolta e o sofrimento de quem foi estuprada não se resolverá matando o ser humano concebido em seu ventre. Por outro lado, a Igreja não pode simplesmente abandonar à sua sorte as estupradas grávidas que resolvem ter a criança. É preciso apoio, acompanhamento e orientação.


Rev. Augustus Nicodemus Lopes
Fonte: http://tempora-mores.blogspot.com

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quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

Nota de Falecimento

Faleceu, na Igreja dos negligentes e frios na fé, Dona Reunião de Oração, que já estava enferma desde os primeiros séculos da era cristã.

Foi proprietária de grandes avivamentos bíblicos e de grande poder e influência no passado.

Os médicos constataram que sua doença foi motivada pela frieza de coração, devido a falta de circulação do sangue da fé.
Constataram ainda, dureza de joelhos que não dobravam mais, fraqueza de ânimo e muita falta de boa vontade.

Foi medicada, mas, erroneamente, pois lhe deram grande dose de administração de empresa, mudando-lhe o regime; o xarope de reuniões sociais sufocou-a; deram-lhe injeções de competições esportivas, o que provocou má circulação nas amizades, trazendo ainda os males da carne: rivalidades e ciúmes, principalmente entre os jovens.

Administraram-lhe muitos acampamentos, e comprimidos de clube de campo. Até cápsulas de gincana lhe deram pra tomar! RESULTADO: Morreu Dona Reunião de Oração!

A autópsia revelou falta de alimentação, com o Pão da Vida, carência de Água da Vida, e ausência de vida espiritual.

Em sua memória, a Igreja dos negligentes, situada à Rua do Mundanismo, número 666, estará fechada nos cultos de 4ª e 5ª feiras; aos domingos, haverá Culto ou escola dominical, só pela manhã, assim mesmo quando não houver feriados, emendando o lazer de sexta a segunda.

Agora, uma pergunta:

SERÁ QUE NÓS NÃO AJUDAMOS A MATAR A DONA REUNIÃO DE ORAÇÃO?!
Mensagem postada na comunidade
Programa Crescendo na Fé
do Orkut

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quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

Quando o sacrifício de Jesus não vale nada

Por Luiz Carlos Alves

"Porque Cristo enviou-me, não para batizar, mas para evangelizar; não em sabedoria de palavras, para que a cruz de Cristo se não faça vã" (1 Corintios 1.17)

Estamos vivendo momentos de extrema ambigüidade no cenário evangélico brasileiro. Todo dia aparece uma “doutrina” diferente, uma nova manifestação de Deus, uma nova “gospel mania”, um novo discurso evangélico, e vez por outra aparecem pessoas com conceitos os mais variados possíveis, que estão se transformando em Doutrinas em muitas igrejas consideradas evangélicas.

Na verdade muitas pessoas estão invalidando o sacrifício de Jesus em suas vidas, uma vez que dentro de seus conceitos, o cristão se tornou vulnerável a tudo e a todos, principalmente ao diabo, que para muitos se tornou uma criatura poderosíssima, capaz de oprimir e amedrontar, o povo de Deus, tornando-os criaturas frágeis e suscetível as suas investidas. Infelizmente para muitas pessoas o “modismo”, tem se tornado muito mais relevantes do que as verdades básicas do evangelho. Basta o anuncio de um “novo” mover do Espírito Santo, para atrair multidões de pessoas, a procura de uma nova experiência com Deus. A minha preocupação é que estas pessoas estão sendo vitimas de um evangelho desprovido da verdadeira essência espiritual.

Se você parar um instante para analisar comigo estes fenômenos, você perceberá a seriedade deste alerta. Você já percebeu quantos “modismos” apareceram em nossas igrejas nestes últimos anos? Já surgiram os “objetos ungidos”. Sabonete ungido, fitinha ungida, vassoura ungida. O exagero foi tão grande que eu estive há pouco tempo no Mato Grosso e lá eu vi a grande campanha do shampoo do Sangue de Cristo para purificação da cabeça; e quem quisesse receberia a palmilha ungida para colocar no seu sapato. Veja a que ponto chegaram. Eu não sou contra o uso de simbolismos numa campanha evangelistica; também acho que os símbolos ajudam a materializar a fé das pessoas. Agora eu sou radicalmente contra os exageros, os descasos e a mediocridade de muitas pessoas que chegam ao extremo de transformarem seus cultos somente nestas baboseiras, transformando o sacrifício de Jesus apenas num ato histórico, sem nenhuma relevância espiritual.

Um símbolo pode ajudar? Sim. Mas o sacrifício de Jesus continua sendo soberano. E nós não dependemos destes artifícios para que um milagre aconteça em nossas vidas. Outro dia um sujeito (não posso chamá-lo de pregador do evangelho), realizando uma campanha evangelistica, pediu que o povo levasse um BIFE para igreja, é exatamente isto que você leu, UM BIFE DE CARNE BOVINA. Segundo ele através da sua oração a doença da pessoa passaria para o bife. Outro pregador eloqüentemente desafiava as pessoas a levarem terra para receber a oração da terra ungida que purificaria as suas vidas.

É profundamente lamentável este fato, mas coisas piores poderão acontecer se nós continuarmos supervalorizando estas atuações e deixarmos de lado a essência do evangelho que é o sacrifício de Cristo. Você se lembra da mania nacional que se tornou o combate à Nova Era, onde as pessoas deixaram de pregar o evangelho e se preocupavam somente em identificar e combater símbolos que promoviam este movimento. As pessoas se preocupavam exageradamente com a grife da roupa, com a marca do perfume, e até certos produtos de limpeza não podiam entrar em nossos lares, porque segundo eles promoviam o movimento da nova era. Meu Deus! Será que o sacrifício de Jesus é tão insignificante que nós cristãos estamos vulneráveis a um ataque do diabo através de um produto de limpeza que entra em nossas casas ou um perfume que a pessoa usa. Será que a presença de Deus em nossas vidas é tão pequena que somos vulneráveis a um camundongo da Disney chamado Mikey? Por este ponto de vista se um macumbeiro entrar no terreno da sua casa e implantar ali uma obra de feitiçaria, você está morto. Nós estamos delegando um poder ao diabo que não espelha a realidade bíblica.

Estamos supervalorizando o inimigo, e com isso invalidando o sacrifício de Jesus em nossas vidas através da nossa mediocridade. Num dos livros mais vendidos na atualidade, escrito por uma ex-satanista, a escritora conta à experiência que teve com o ataque de um espírito maligno em sua casa, segundo seu relato, depois de batalhar contra esta entidade em nome de Jesus, não tendo êxito, o Espírito Santo lhe dissera para ungir toda a casa com azeite, e com isto o inimigo teria que sair e não ousaria mais entrar. Será que uma unção com azeite é mais eficaz que o nome de Jesus numa batalha contra potestades. Neste mesmo livro eu percebi uma autoridade delegada ao diabo, antagônica as escrituras sagradas.

Preste atenção! A bíblia diz:

"Sujeitai-vos, pois, a Deus, resisti ao diabo, e ele fugirá de vós." (Tg 4:7)

"Mas fiel é o Senhor, que vos confirmará, e guardará do maligno." (II Ts 3:3)

O diabo é um inimigo derrotado. Ele foi vencido por Jesus na cruz do calvário.

"Eis que vos dou poder para pisar serpentes e escorpiões, e toda a força do inimigo, e nada vos fará dano algum." (Lc 10:19).


Queridos como pode um cristão, que é habitação do Espírito Santo estar vulnerável ao diabo porque usa uma camiseta, ou um perfume de uma determinada marca. Responda-me uma questão. Hoje você está usando roupas, certo? Quem me garante que esta roupa que você está usando neste momento, não foi fabricada por um macumbeiro? Quem me garante que o dono desta confecção não é um satanista? Você estaria vulnerável ao diabo porque está usando esta roupa? E o seu carro, quem o fabricou? Não pode ter sido um empresário a serviço do diabo? E o que dizer a respeito daquelas pessoas que possuem um automóvel utilitário chamado besta. Ou existe exceção à regra. Outra mania que tomou conta das nossas igrejas era a pregação contra a compra a prazo. Os defensores desta idéia pregavam eloqüentemente que o crente que comprasse a prazo ou usasse o cartão de credito, no dia do arrebatamento ficaria na terra, pois caso contrario quem pagaria suas dividas? Eu confesso que a compra a prazo nos dias atuais, com juros altíssimos, realmente não é um bom negócio, e eu não aconselho ninguém a comprar a prazo, mas isto está longe de ser associado à salvação.

Responda-me mais uma questão. A luz que você usa na sua casa, você paga adiantado para empresa de energia elétrica? E a água e o telefone que você usa? E se Jesus voltar antes do vencimento? Possivelmente a data do vencimento da sua conta telefônica não seja a mesma da minha. E aí como é que fica? Jesus voltará no vencimento da sua conta ou da minha? Ora, isto é um absurdo. É coisa de quem não tem o que inventar. E o que você me diz de uma comemoração de aniversário. Para os “modistas”, é idolatria. E os desenhos animados, como os da Disney ou os pokemons?

Meus queridos, isto é muito mais profundo que se possa imaginar. O ataque do diabo não tem absolutamente nada a ver com a figura dos personagens, mais sim com as mensagens por eles transmitidas. Mas não adianta se preocupar com os desenhos e continuar assistindo as novelas, que estão encharcadas de mensagens destruidoras de padrões bíblicos, e o que dizer dos filmes que estão recheados de cenas de sexo e violência. Será que o diabo não está querendo tirar o foco das coisas realmente relevantes?

Você já percebeu que as pessoas levam profundamente a sério estas manias? Se nós nos preocupássemos em levar a sério os verdadeiros padrões bíblicos que é o amor ao próximo, o respeito e a santidade, como levamos a sério estas manias, com toda a certeza teríamos resultados muito mais práticos em nossas vidas. Este tipo de coisa não produz mudança na vida de ninguém. Muito pelo contrário. Transforma os crentes, em radicais religiosos.

Meus queridos, eu não quero apenas combater esses conceitos, a minha intenção é denunciar esses exageros enormes que estão acontecendo e que estão chamando de pregação do evangelho. Você não é mais santo ou menos santo porque comemora uma festa de aniversário do seu filho, ou porque compra ou não a prazo. Santidade não tem absolutamente nada a ver com cumprimento de rituais ou abstinência de alguma coisa. Você também não está sendo vítima de maldição nem tão pouco está vulnerável ao diabo porque você usa um perfume do boticário, ou uma camiseta de uma determinada marca. Você é lavado e remido pelo sangue do cordeiro. Você está debaixo da proteção de um Deus que é pai, e não legalista. Santidade não é deixar de fazer certas coisas.

Tem muita gente cumprindo determinações, mas não são santas aos olhos de Deus. O sacrifício de Jesus não vale nada, perde o valor, quando depositamos a nossa confiança em outras coisas a não ser em Jesus. Quando vivemos temerosos, com medo, com dúvida em relação a nossa posição em Deus. O sacrifício de Jesus perde o valor quando a religiosidade, os costumes, os modismos e as manias se tornam mais relevantes em nossas vidas que a cruz de Cristo.

Jesus morreu na cruz do calvário e este foi um acontecimento impar na história da humanidade. Não foi um ato isolado, estanque e apenas histórico. Mais foi o mais significante dos acontecimentos, foi o marco da história, e foi o decreto de liberdade do homem e da derrota do inimigo. Servimos um Deus verdadeiramente poderoso, que está conosco diariamente nos sustentando, nos protegendo e fazendo de nós criaturas semelhantes a ele.

"Mas graças a Deus que nos dá a vitória por nosso Senhor Jesus Cristo." (I Co 15:57)

Pr Luis Carlos Alves
Pastor da Igreja do Evangelho Quadrangular
do Jardim Vergínia em Curitiba – PR
Email: ieqcuritiba@onda.com.br
Fonte: www.estudosgospel.com.br

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terça-feira, 6 de janeiro de 2009

Pílula anticoncepcional provoca aborto!

Por Ellen M. Rice

LifeSiteNews.com, 12 de dezembro de 2008

Sociedade Americana de Medicina Reprodutiva confirma que a pílula anticoncepcional provoca aborto

Em meio a um debate atual entre os ativistas pró-vida sobre se classificar a pílula anticoncepcional como abortiva ou contraceptiva, ativistas pró-aborto publicaram uma declaração oficial confirmando que a pílula anticoncepcional impede a implantação de embriões, provocando assim abortos.

Num suplemento à sua edição de novembro de 2008, a mais importante revista de saúde reprodutiva, a Fertility and Sterility, publicou declaração oficial da Sociedade Americana de Medicina Reprodutiva (SAMR) intitulada “Contracepção hormonal: recentes avanços e controvérsias”.

Num resumo do desenvolvimento da contracepção nos Estados Unidos, a declaração considerou os anticoncepcionais orais o método reversível “mais amplamente utilizado”. Na “ampla variedade” de anticoncepcionais orais que são disponíveis, os “mecanismos de ação” são os mesmos, disse a declaração: “inibição da ovulação, alteração no muco cervical, e/ou modificação do endométrio, impedindo assim a implantação”.

Ativistas pró-vida que se opõem ao aborto, mas não à contracepção, há muito tempo consideram a pílula anticoncepcional como uma opção contraceptiva ética, ao contrário do DIU, que provoca abortos impedindo a implantação. Contudo, a declaração da SAMR indica claramente que a pílula é medicamente classificada como uma droga que age “impedindo a implantação”, causando assim a morte de um embrião fertilizado — um ser humano vivo e único.

Um grande volume de literatura apóia essa declaração, inclusive artigos de Fertility and Sterility. O mais importante deles é um estudo de 1996 feito por um grupo de ginecologistas da Universidade da Carolina do Norte, em Chapel Hill, que concluiu que “a receptividade uterina debilitada” é “um mecanismo pelo qual as pílulas anticoncepcionais orais exercem suas ações contraceptivas”.

Traduzido e adaptado por Julio Severo
http://www.juliosevero.com
Fonte: LifeSiteNews
Nota: Precisamos estar atentos! Por não conhecermos as mazelas da medicina, acabamos incorrendo em pecado diante de Deus. E nem mesmo nossa ignorância pode nos redimir, pois aceitamos quase tudo que nos oferecem sem questionamentos. É mais um peso sobre nossos ombros, mais um motivo para arrependimento e clamor! Que o Senhor tenha misericórdia de nós!

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sexta-feira, 2 de janeiro de 2009

A mulher samaritana, Coca-Cola e Jesus

Por Ricardo Gondim Rodrigues

Às vezes, a gente ouve certas coisas que não aceita, mas não sabe bem o porquê. Só depois de algum tempo entende. Não foi por mera antipatia que aquela mensagem não desceu bem. Recordo-me quando ouvi pela primeira vez o paralelo entre Jesus e a Coca-Cola. O pregador, inflamado de zelo e paixão missionária, afirmava que numa viagem ao interior do Haiti, sob uma temperatura de mais de 40 graus, sentiu-se aliviado quando parou num quiosque miserável feito de palha de coqueiros e pôde comprar uma garrafa do mais famoso refrigerante do mundo. Devidamente refeito depois de beber sua Coca geladinha, perguntou ao dono da venda se já ouvira falar de Jesus. Ele não sabia de quem se tratava. E o nosso palestrante fez sua analogia, tentando dar um choque na complacência da igreja ocidental: “A Coca-Cola conseguiu alcançar o mundo inteiro em menos de um século e a igreja cristã ainda não cumpriu a ordem da Grande Comissão em mais de 20 séculos!”. Depois daquela primeira exortação, já devo ter escutado essa mesma comparação uma dúzia de vezes em diversas conferências missionárias. Verdade ou tolice? Pior. Estou certo que essas ilustrações não são meros simplismos, nascem de grandes erros teológicos (ou ideológicos?).

Coca-Cola é uma bebida inventada na Geórgia, Estados Unidos, com uma fórmula secreta. Sabe-se que sua receita original continha alguns ingredientes também encontrados na cocaína, daí o seu nome. Seus fabricantes nunca intencionaram outro propósito senão matar a sede das pessoas. A The Coca-Cola Company não convoca ninguém a rever valores do caráter, não confronta estruturas de morte, não se propõe a aliviar culpa, não revela a eternidade e nem Deus. Para chegar aos quiosques mais remotos do globo, bastou criar um produto doce e gaseificado. Investir bilhões em boas estratégias de propaganda, construir fábricas e desenvolver uma boa rede de distribuição para que o produto chegasse com a mesma qualidade nos pontos de venda. Tentar comparar a missão da igreja no anúncio do Reino de Deus às estratégias de mercado de um refrigerante, beira o absurdo. Confunde-se um bem material com uma pessoa e enxerga-se na mensagem um produto. Os missiólogos sucumbiram à lógica do mercado do novo milênio? Acreditam mesmo que cumpriremos nossa missão com os instrumentais corporativos? Tudo pode se tornar um produto?

No Brasil, o esforça-se muito para “vender” o Evangelho. Quase não se usa a mídia para proclamar os conteúdos do Evangelho. Alardeiam-se os benefícios da fé. Basta observar a enormidade de tempo gasto divulgando os horários dos cultos, a eficácia da oração, mostrando que aquela igreja é melhor e que a sua mensagem é a mais forte para resolver todos os problemas das pessoas. Aborda-se o Evangelho como um produto eficaz e adota-se uma mentalidade empresarial no seu anúncio. Prometem-se enormes possibilidades. Tratam as pessoas como clientes e sem constrangimento, anuncia-se que qualquer um pode adquirir esse determinado benefício com um esforço mínimo. As igrejas se transformam em balcões de serviços religiosos ou supermercados da fé. A tendência de oferecer cultos diferenciados e as intermináveis campanhas de milagres demonstram bem esse espírito. Como um supermercado com as gôndolas recheadas de produtos, as igrejas procuram incrementar os “serviços” ao gosto dos fregueses. Os pastores dividem os dias da semana com programações atrativas; gastam suas energias desenvolvendo estratégias que atraiam o maior número de pessoas. Sonham com auditórios lotados. Campanhas, correntes e demonstrações grotescas de exorcismos e milagres financeiros se sucedem. As pessoas, por sua vez, se achegam, seduzidos pelas promoções das prateleiras eclesiásticas.

Esse modelo induz as pessoas a adorarem a Deus por aquilo que ele dá e não por quem é. Não se anuncia o senhorio de Cristo, apenas os benefícios da fé. Os crentes acabam tratando a Bíblia como um amuleto e, supersticiosos, continuam presos ao medo. Vive-se uma religião de consumo.

Mas existe outra dimensão ainda mais sutil. Naomi Klein, jornalista canadense, publicou recentemente “Sem Logo” (Editora Record) para denunciar a tirania das marcas em um planeta obcecado pelo consumo. Ela defende a tese de que a grandes corporações do mercado global não vendem apenas os seus produtos, mas a marca. Procuram criar uma filosofia de vida embutida em seus produtos. Desejam induzir seus consumidores a acreditarem que podem viver um determinado estilo de vida, desde que comprem aquela marca específica. Assim os fumantes de Marlboro imaginam personificar o “cowboy” solitário, mesmo morando em um apartamento. Quando atletas amadores vestem as roupas ou calçam os tênis da Nike, acham que se transformam em campeões. Gente que vive presa no trânsito apinhado das grandes metrópoles, ao dirigir jipes com tração nas quatro rodas, sente-se desbravando sertões. Klein declara: “’Marcas, não produtos!’ tornou-se o grito de guerra de um renascimento do marketing liderado por uma nova estirpe de empresas que se viam como ‘agentes de significado’ em vez de fabricantes de produtos. Segundo o velho paradigma, tudo o que o marketing vendia era um produto. De acordo com o novo modelo, contudo, o produto sempre é secundário ao verdadeiro artigo. A marca e a sua venda adquirem um componente adicional que só pode ser descrito como espiritual”.

Infelizmente percebe-se o mesmo em determinados círculos cristãos. Querem fazer do Evangelho uma grife. Como? Primeiro transforma-se um seleto grupo de evangelistas, cantores e pastores em superestrelas ao estilo de Hollywood. Depois associam seu nome a grandes eventos e dão-lhes o holofote. Ensinam-lhes habilidades espirituais acima da média. Assim produzem-se ícones semelhantes aos do mundo do entretenimento. Eles aglutinam multidões, vendem qualquer coisa e criam novas modas. A indústria fonográfica enriquece, os congressos se enchem, e os novos astros do mundo “gospel” alavancam suas igrejas.

Jesus dialogou com uma mulher samaritana e ofereceu-lhe uma água viva. A mulher imaginou essa água com raciocínios concretos. Pensou que ao beber, nunca mais teria sede. Uma água dessas hoje, devidamente comercializada, seria um tesouro sem preço. “Dá-me dessa água e assim nunca mais terei que voltar aqui”. Jesus corrigiu sua linha de pensamento. A água que ele oferecia não era mágica, mas um relacionamento: filhos e filhas adorando ao Criador em espírito em verdade. Infelizmente muitos evangélicos brasileiros propagandeiam água mágica. Pretensamente matando a sede de qualquer um no estalar dos dedos.

O evangelho não é produto ou grife, volto a repetir, mas uma alvissareira notícia. Não deveria se escravizar às regras do mercado. Ricardo Mariano em sua tese de doutoramento concluiu, para a vergonha de tantas igrejas neo-pentecostais: “As concessões mágicas feitas pelas igrejas pentecostais às massas desafortunadas, por certo, não constituem tão-somente meras concessões... observa-se que a oferta pentecostal de serviços mágicos segue cada vez mais uma dinâmica empresarial, ditada pela férrea lógica do mercado religioso, que pressiona os diferentes concorrentes religiosos a acirrarem seu ativismo e a tornarem mais eficazes suas ações e estratégias evangelísticas”.

Essa mercadoria religiosa caricaturada de evangelho não representa o leito principal da tradição apostólica. A indústria que encena essa coreografia carismática de muito barulho e pouca eficácia, não conta com o aval de Deus. Há de se voltar ao anúncio doloroso do arrependimento como primeira atitude para os candidatos ao Reino. Não se pode, em nome de templos lotados, omitir a mensagem da cruz. Precisa-se repetir sem medo a mensagem de Jesus: “Se alguém quiser acompanhar-me, negue-se a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me” (Marcos 8.34).

Se não voltarmos aos fundamentos do Evangelho, teremos sempre clientes religiosos, nunca seguidores de Cristo. Faremos proselitismo sem evangelizar. Aumentaremos nossa arrecadação sem denunciar pecados. Construiremos instituições humanas sem encarnação do Reino de Deus. E pior, continuaremos confundimos Jesus com Coca-Cola. No Maranhão há um refrigerante de grande sucesso com a marca Jesus. Entretanto, não se pode desejar alcançar o sucesso transformando Jesus numa soda e as igrejas em quiosques religiosos.

Que Deus tenha piedade de nós.

Soli Deo Gloria.


Pr. Ricardo Gondim
www.ricardogondim.com.br

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