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sexta-feira, 27 de dezembro de 2013

A Soberania de Deus e o Livre-arbítrio

Por: Jack Cottrell

Um dos problemas mais desconcertantes na teologia é como Deus pode manter Sua absoluta soberania enquanto considerando o homem completamente responsável pelo seu pecado. Se Deus é soberano, ele não deve ser a causa última e determinante de tudo, incluindo os assim chamados atos livres dos homens? E se assim for, não devemos então concluir que o homem não é realmente livre e que ele não é responsável por suas ações? Por outro lado, se o homem é realmente livre para escolher entre o bem e o mal, ele não deve então ser a causa última de suas próprias ações? E se assim for, não devemos concluir que Deus é menos do que soberano? Há alguma maneira de solucionar o problema da soberania divina e da responsabilidade humana?

A teologia reformada enfatiza a natureza aparentemente contraditória deste e de outros problemas de doutrina..., não obstante declara que a incapacidade para entender completamente tal antinomia não é razão suficiente para a rejeição de qualquer parte dela. A teologia reformada mantém tanto a absoluta soberania divina quanto a completa responsabilidade humana, apelando para a distinção entre causas imediatas e últimas como a possível solução ou ao menos como um modo antropomórfico de entender a relação entre a soberania e a responsabilidade. O próprio homem é dito ser a causa imediata, enquanto Deus é a causa real e última, dos atos livres dos homens. A escolha última não é atribuída ao homem.

Como a assim chamada teologia arminiana aborda o problema da soberania e responsabilidade? A resposta é que o Arminianismo também defende a soberania de Deus e a completa responsabilidade do homem, embora não no mesmo sentido que o Calvinismo. O homem é dito ser, não simplesmente a causa imediata de seus próprios atos livres, mas a causa última deles. O homem é dito ter completa liberdade da vontade no sentido de ser capaz de escolher tanto o bem quanto o mal.

A doutrina arminiana do livre-arbítrio é, obviamente, fortemente negada pelos calvinistas. É dito que tal noção de livre-arbítrio é uma negação real da absoluta soberania e da responsabilidade por abolir justamente a soberania. Tal doutrina do livre-arbítrio impediria a soberania de Deus, eles afirmam.

Esta é de fato uma acusação grave, e é este mesmo problema que eu proponho lidar neste ensaio. É verdade que a assim chamada doutrina arminiana do livre-arbítrio faz Deus qualquer coisa menos que soberano? Se o homem tem o poder último de escolha entre o bem e o mal, a soberania de Deus é excluída desde o começo? Como a pergunta é feita, não é inteiramente nem mesmo fundamentalmente um problema do que a Bíblia ensina. É mais um problema teórico ou lógico. A idéia da acusação parece ser que o entendimento arminiano do livre-arbítrio logicamente requer uma negação da soberania de Deus. É neste nível, então, que eu proponho discutir o problema: há uma incompatibilidade lógica entre a soberania de Deus e o livre-arbítrio do homem?

A esta altura os termos livre-arbítrio e soberania devem ser mais cuidadosamente definidos. Neste ensaio, livre-arbítrio é entendido como a capacidade de escolher livremente entre o bem e o mal, sendo a escolha, na verdade, determinada pela vontade do homem e não pela vontade de Deus. Por exemplo, quando o convite do evangelho é oferecido, supõe-se que o homem tem a capacidade para aceitá-lo ou rejeitá-lo por um ato de sua própria vontade. O uso do termo soberania neste ensaio pode melhor ser explicado dizendo que ele significa que o decreto de Deus inclui todas as coisas, que o controle de Deus é absoluto e sobre todas as coisas, e que o conhecimento de Deus é completamente independente e inclui todas as coisas. Podemos agora virar nossa atenção para o problema como foi previamente identificado, a doutrina do livre-arbítrio faz Deus qualquer coisa menos do que absolutamente soberano?

I. A ACUSAÇÃO EXPLICADA

Neste momento, uma explicação mais completa da acusação contra o Arminianismo deve ser dada. Sobre o decreto de Deus, é dito que o Arminianismo não permite que “tudo que acontece” acontece de acordo com o conselho de Deus[1]. Dizem que a doutrina arminiana da responsabilidade pressupõe a rejeição da ideia de que o plano de Deus inclui todas as coisas[2].

Sobre o controle de Deus, é dito que o Arminianismo atribui ao homem uma medida de causa última, e assim, por implicação, os arminianos devem crer num Deus que é confrontado com aquilo sobre o qual ele não tem nenhum controle[3]. Dizem que o homem tem poderes próximos ao de Deus em tal doutrina[4]. Dizem que o arminiano assume que os fatos que acontecem como resultado das decisões do homem acontecem independentemente do plano de Deus[5]. Dizem que a ideia de liberdade credita uma medida de independência contra Deus[6].

Sobre o conhecimento de Deus, dizem que a posição arminiana leva à conclusão de que Deus não conhece tudo pois ele não controla tudo. Deus não é capaz de predizer o futuro pois o futuro não está completamente sob seu controle. Há mistério para Deus tanto como para o homem[7]. Deus é, então, cercado de fatos brutos[8]. Há possibilidade acima de Deus e o homem[9]. A certeza do conhecimento de Deus dos eventos futuros é anulada[10]. Dizem que o conhecimento de Deus se torna dependente de uma realidade temporal que Ele não controla completamente. Deus tem que esperar a eleição retornar[11]; Deus tem que esperar as decisões dos homens em muitas questões[12] Eles dizem que a própria onisciência de Deus é negada[13].

Dizem que o Deus dos arminianos, por essa razão, é um Deus finito[14], um Deus que é dependente do homem[15], um Deus que é determinado,[16], um Deus que é limitado pelos fatos da realidade[17], um Deus que está sujeito às mesmas condições que o homem[18]. Em outras palavras, se o livre-arbítrio for atribuído ao homem, então Deus não é mais o Deus soberano da Bíblia. Esta é a acusação feita contra a doutrina arminiana do livre-arbítrio.

Um breve exame do ensino positivo do Calvinismo nestas questões podem ser úteis aqui. As declarações particulares citadas são em sua maioria das obras de Cornelius Van til. De acordo com o dr. Van Til, o decreto de Deus significa que todo fato e lei no universo criado é criado e se estende e cumpre o que deve “pela força do” plano ou propósito de Deus. Deus preordena “tudo que acontece"[19]. A vontade de Deus é o poder final e exclusivamente determinante de tudo que vem a acontecer. A natureza de qualquer coisa criada é o que é por causa de um ato de determinação em relação a ela da parte de Deus[20].

Sobre o controle de Deus, o dr. Van Til afirma que tudo, sem restrição, está sob o controle e direção de Deus. A liberdade criada do homem opera em subordinação à e de acordo com a vontade última de Deus. A vontade de Deus é última e controla todas as coisas[21]. Deus é auto-suficiente, por isso tem controle sobre tudo[22]. A vontade do homem não pode frustrar qualquer detalhe do plano de Deus[23]. Sobre o conhecimento de Deus, é dito que, visto que toda a realidade é determinada pela vontade de Deus, por essa razão, Deus conhece todas as coisas. Deus controla tudo, por isso conhece tudo[24]. Está na base de seu próprio decreto a respeito do mundo que Deus conhece o mundo[25]. A presciência de Deus é baseada em sua preordenação[26]. O conhecimento de Deus é de si mesmo e de todas as possibilidades além dele[27]. Deus conhece o universo antes dele existir[28]. Deus conhece o que pode ocorrer[29]. Não há fatos brutos para Deus, nenhuma indeterminação, nenhuma contingência, nenhuma probabilidade. Para Deus há somente realidade absoluta[30]. A onipotência e a onisciência de Deus são, por essa razão, afirmadas sem restrição[31].

II. O DECRETO DE DEUS

A queixa contra a doutrina do livre-arbítrio inclui a acusação de que, de fato, nega que tudo aquilo que acontece está de acordo com o conselho eterno de Deus. Dizem que nega que o decreto ou plano de Deus é todo-abrangente. Esta é uma crítica válida da doutrina do livre-arbítrio? Proponho-me mostrar que não é. Enquanto afirmo o livre-arbítrio, também afirmo, como dr. Van Til, que Deus tem um plano completo para o universo, que todas as coisas acontecem em relação a este plano, e que não há nenhuma indeterminação para Deus[32]. Concordo que nada acontece fora da vontade e do plano de Deus[33]. Como pode tal concepção da soberania absoluta ser defendida junto com a doutrina do livre-arbítrio? Os parágrafos seguintes tentarão mostrar que os dois não são incompatíveis.

O primeiro e mais importante ponto a ser notado aqui é que todo-abrangente não significa necessariamente todo-determinativo. O calvinista diz que o decreto de Deus é todo-abrangente no sentido de ser todo-determinatvo. Isto é, o decreto de Deus determina o que quer que vem a ocorrer. A vontade de Deus é o poder final e exclusivamente determinativo de tudo que acontece[34]. Isto quer dizer que os atos livres do homem já são determinados pela vontade de Deus; a escolha já foi feita por Deus; Deus já determinou toda escolha do homem por seu decreto eterno. A implicação é que, a menos que todo detalhe seja determinado por Deus, o decreto não seria todo-abrangente. É verdade que todo-abrangente poderia significar todo-determinativo. Deus certamente seria soberano na base de um decreto todo-determinativo. Mas o ponto aqui é que todo-abrangente não necessariamente significa todo-determinativo. Todo detalhe pode ser incluído no decreto de Deus sem tudo ser determinado ou efetuado por Deus, e Deus não é menos soberano se o decreto for pensado dessa forma. Deus é ainda absolutamente soberano na base de um decreto todo-abrangente, embora não todo-determinativo.

Todavia, isto não é dizer que nada é determinado por Deus. De fato, nada poderia ser mais determinativo do que o absoluto e soberano ato da criação de Deus. Como o dr. Van Til diz, todo ser criado é o que é por causa do ato determinativo de Deus em relação a ele[35]. Assim sendo, pode ser dito que o homem é o que é por causa do ato determinativo de Deus em relação a ele. Deus determinou a natureza do homem. Deus foi livre para conceder ao homem qualquer natureza que escolhesse. Sua escolha foi livre e soberana. Se o homem tem livre-arbítrio, e eu assim afirmo, é porque Deus soberanamente determinou dessa forma. Em outras palavras, Deus soberana e absolutamente determinou a liberdade do homem, mas não os atos livres do homem, pelo menos no mesmo sentido. A razão de fazer esta classificação será vista mais tarde. O principal a ser notado aqui é que Deus determinou e criou o livre-arbítrio do homem de tal forma que o exercício dessa vontade não é determinada. A liberdade do homem, não seus atos livres, é determinada. Mas ainda, isto é parte do plano de Deus. Esta é a forma que ele o planejou, o criou. Os atos livres do homem estão incluídos no decreto de Deus, mas não são determinados por ele. O decreto de Deus é todo-abrangente, mas não todo-determinativo.

Podemos dizer, então, que os atos livres do homem não são determinados por Deus em nenhum sentido? Isto dificilmente parece ser o caso. Por exemplo, dizer que Deus determinou a liberdade do homem significa que Deus determinou que haverá escolhas livres. Deus é a causa última de toda livre escolha porque ele é o único que soberanamente dotou o homem com liberdade. Nesta base Deus é a causa última dos atos livres no sentido que ele criou a liberdade do que eles originam; todavia o homem é a causa última no sentido que é ele, não Deus, que determina se esta ou aquela escolha particular será sim ou não.

Talvez haja um outro sentido em que Deus determina até as escolhas particulares dos homens enquanto ao mesmo tempo deixando a vontade do homem completa e ultimamente livre. É assim: visto que todo ato livre do homem está incluído no decreto e plano de Deus, embora não ultimamente determinado por Deus, há um sentido definido em que pode ser dito que todos os atos livres são certos. Berkhof usa esta terminologia. Ele declara que Deus determina o que quer que irá acontecer[36], mas faz uma distinção entre as coisas que Deus efetua e as coisas que Deus permite[37]. As últimas, não sendo causadas por Deus no mesmo sentido que as primeiras, são determinadas somente no sentido que elas são tornadas certas[38]. Estes pontos de Berkhof podem ser observados: ao definir a vontade decretativa de Deus, ele diz que é aquela vontade de Deus “pela qual ele projeta ou decreta tudo que virá a acontecer, quer pretenda realizá-lo efetivamente (causativamente), quer permita que venha a ocorrer por meio da livre ação das Suas criaturas racionais”[39]. Berkhof diz que é correto dizer que a vontade de Deus com respeito ao pecado é uma vontade para permitir o pecado e não uma vontade para efetuá-lo, contanto que “deve-se ter em mente que a vontade de Deus de permitir o pecado leva consigo a certeza de que o pecado virá a ocorrer”[40]. Ele segue dizendo que o decreto de Deus diz respeito primeiramente às ações do próprio Deus, mas também abrange as ações de suas criaturas livres. O fato que as últimas estão incluídas no decreto “torna-as absolutamente certas, embora não sejam efetuadas da mesma maneira”. Algumas coisas ele mesmo faz acontecer, mas outras ele meramente inclui em seu decreto e por meio disso as torna certas mas ele próprio não as efetua, como as ações pecaminosas de suas criaturas racionais[41]. Dizer que o decreto é eficaz não significa que Deus determinou fazer acontecer por uma direta aplicação de seu poder todas as coisas que estão incluídas em seu decreto, mas somente que o que ele decretou certamente irá acontecer[42]. “Por Seu decreto, Deus tornou as ações pecaminosas do homem infalivelmente certas de acontecerem, sem decidir efetuá-las agindo imediatamente sobre a vontade finita e nela”[43]. Finalmente, ele diz:

O decreto simplesmente faz de Deus o Autor de seres morais livres, eles próprios os autores do pecado. Deus decreta sustentar a livre agência deles, regular as circunstâncias da sua vida, e permitir que a livre agência seja exercida numa multidão de atos, dos quais alguns são pecaminosos. Por boas e santas razões, Ele dá certeza ao acontecimento desses atos, mas não decreta acionar efetivamente esses maus desejos ou más escolhas no homem. O decreto concernente ao pecado não é um decreto efetivo mas permissivo, ou seja, um decreto para permitir o pecado, em distinção de um decreto para produzir o pecado sendo Deus a sua causa eficiente[44].

Nestas afirmações selecionadas, Berkhof parece estar falando como um arminiano. Obviamente, ele qualificaria sua posição em outros lugares. Como foi observado, ele diz que Deus determina tudo que acontece. Todavia, como as declarações acima mostram, tudo não é determinado no mesmo sentido; e a maneira que ele explica a vontade permissiva de Deus não está distante da concepção arminiana do livre-arbítrio do homem.

Dessa forma pode ser possível que os atos livres do homem sejam determinados no sentido que os decretos os torna certos sem efetuá-los. O fato do decreto ser todo-abrangente torna os atos livres certos neste sentido. Assim, pode ser dito que Deus seja a causa última, o fator determinativo, o agente responsável no sentido que seu decreto inclui todo ato livre do homem de uma maneira que o torna certo. Todavia os atos livres são escolhas do homem, não de Deus.

Temos visto que os atos livres dos homens são determinados por Deus em certos sentidos, todavia o ponto básico é que no sentido ordinário da palavra determinar, que é no sentido de precisa e exatamente efetuar de antemão, Deus não determinou os atos livres do homem. Ef 1.11 é geralmente citado em defesa da alegação de que Deus determinou tudo que acontece: “[Deus] faz todas as coisas, segundo o conselho da sua vontade”. Mas isto não necessariamente significa que Deus determinou todas as coisas segundo o conselho da sua vontade no sentido que acabou de ser descrito. Pode legitimamente ser interpretado como significando que tudo que acontece, acontece do modo que Deus planejou. Se o homem tem livre-arbítrio, este é o modo que Deus planejou. Os atos livres do homem estão dentro do conselho de Deus; este é o próprio decreto, que o homem devesse ter o poder de livre escolha. O decreto de Deus pode assim ser todo-abrangente sem ser todo-determinativo. Isto significa que Deus é menos do que soberano? A iniciativa foi tirada das mãos de Deus? Deus é limitado, determinado, finito, dependente? Nem um pouco. A liberdade de Deus para decretar o que quer que lhe agrada é prova de sua absoluta soberania. Se o decreto inclui o livre-arbítrio do homem, ou até uma auto-limitação para Deus mesmo, Deus ainda é soberano, pois ele é livre para decretar o que lhe apraz. Deus é livre para determinar a vontade do homem se assim escolher, mas se ele decreta suspender seu poder determinativo com respeito aos atos livres dos homens, é porque ele soberanamente escolheu assim fazer. Deus é absolutamente soberano em tudo que faz.

Contrários à acusação feita contra a posição arminiana, então, podemos afirmar que todos as coisas acontecem de acordo com o conselho de Deus, embora não afirmamos que todos as coisas são exclusivamente determinadas por Deus. Ainda, nada é independente do plano de Deus. Nem a liberdade do homem nem os atos livres resultantes são independentes de Deus, pois este é o próprio estado das coisas que Deus decretou.

III. O CONTROLE DE DEUS

Temos afirmado que a vontade do homem é livre, e que esta própria liberdade é parte do decreto soberano, todo-abrangente de Deus. O próximo ponto a ser considerado é o controle de Deus sobre sua criação. A afirmação é feita contra o Arminianismo que, se tal liberdade última for atribuída à mente humana, então aqui está algo que Deus não controla. O controle de Deus é incompleto; a vontade do homem assume uma posição de autonomia e independência contra Deus, e Deus é impotente diante dela.

A questão que o arminiano enfrenta, então, é esta: como Deus pode ter controle sobre uma criatura que tem livre-arbítrio se o próprio Deus, na verdade, não determina as escolhas feitas por essa vontade? E se Deus não tem controle absoluto, como ele pode ser soberano? Estas questões podem ser respondidas por uma cuidadosa consideração de dois pontos separados, a criação absoluta e o soberano decreto da auto-limitação.

O primeiro e mais importante ponto é que Deus é o criador absoluto de todas as coisas sem exceção. O homem é uma criatura, e sua liberdade é criada. Como parte da criação de Deus, o homem está sob o controle absoluto de Deus. Deus não criou um Frankenstein. O retrato calvinista de um homem com livre-arbítrio conforme expressa o arminiano é um tanto exagerado; é usualmente uma caricatura grotesca. Como foi mencionado anteriormente, dizem que tal ser com livre-arbítrio tem poderes originais próximos dos de Deus, tem poderes últimos mutuamente dependentes de Deus, tem autonomia contra Deus, é auto-suficiente assim como Deus é auto-suficiente, e é independente do controle de Deus. Mas estas coisas seriam verdadeiras somente se o homem não fosse um ser criado. Nada pode ser mutuamente dependente de Deus exceto aquilo que não é criado por Deus. O homem é auto-suficiente e independente de Deus? Somente se fosse incriado, o que ele não é. O homem tem autonomia contra o plano de Deus? Somente se fosse incriado, o que ele não é. A autonomia do homem é uma autonomia criada que tem seu lugar dentro do plano de Deus, não contra ele. A medida de causa última na vontade do homem faz o homem mutuamente dependente de Deus? Somente se o homem fosse incriado, o que ele não é. Deus o criador ainda é Senhor de sua criação.

Deus controla todas as coisas, então, no sentido que ele é o criador e sustentador de tudo. Mas e quanto à vontade do homem? Como pode ser dito que Deus a controla se ele não determina suas escolhas? A resposta é que Deus não controla a vontade no sentido de determinar quais escolhas a vontade fará. Deus controla as circunstâncias externas de um homem pela sua divina providência e trabalha dentro do coração através do Espírito Santo, mas não ao ponto de deixar o homem sem escolha. Deus trabalha até ao ponto de abrir e endurecer o coração, todavia sem inclinar a própria vontade para um ou outro lado e sempre dentro do campo de Seu pré-conhecimento. Deus controla a própria vida de um homem, de modo que ele pode impedir qualquer curso de ação que um homem escolhe, alterando as circunstâncias externas ou até matando-o. Este último pensamento, que Deus pode matar um homem como meio de exercer controle sobre ele, sugere o fato que o controle de Deus sobre a vontade é freqüentemente um controle negativo. Deus pode impedir que o homem faça certas escolhas privando-o de sua vida antes que ele seja confrontado com a necessidade de escolher. Mas Deus não controla a vontade do homem no sentido que ele força todas as escolhas a serem feitas. Ele pode impedir certas escolhas, mas Ele não faz escolhas particulares para os indivíduos. Por exemplo, Deus pode, por vários meios, impedir que um jovem homem escolha entrar em um seminário, mas Ele não força ativamente um homem a entrar em um seminário. Ele pode exercer influência através do Espírito Santo, através da providência, através de uma abertura real do coração de um homem; mas a vontade ainda está em poder do homem.

Tenho afirmado que Deus tem controle absoluto sobre todas as coisas porque ele criou todas as coisas. Neste sentido Deus tem controle sobre a situação total. Por outro lado, tenho dito que há um sentido em que Deus não controla a vontade do homem, isto é, em um sentido determinativo. O quadro é, até certo ponto, como um homem segurando um balde com um inseto dentro dele. O inseto é livre para se mover onde escolher dentro do balde, mas o homem tem completo controle do balde.

Alguém dirá ainda que Deus fica limitado por tal combinação. Se a vontade é livre, Deus não é confrontado com aquilo que ele não pode controlar? A resposta é não; ele é confrontado com aquilo que ele não quer controlar. Há uma tremenda diferença entre “não pode” e “não quer". E ao dizer que Deus não determina a vontade do homem, chegamos ao segundo ponto nesta seção, a noção do decreto soberano de Deus da auto-limitação. A idéia de auto-limitação significa que Deus criou o homem com a capacidade para fazer suas próprias escolhas e soberanamente decretou suspender seu próprio controle no reino da vontade do homem. Se Deus é limitado, é somente pelo ato soberano de uma auto-limitação, uma suspensão auto-imposta de seu controle neste ponto específico. O homem não limita Deus; Deus se limita. A auto-limitação é, ela mesma, uma escolha soberana e livre da parte de Deus; ele não foi forçado de forma alguma a limitar seu controle. O fato que ele livremente escolheu limitar-se mostra que ele é soberano, que ele tem controle sobre toda a situação. Desse modo, não é que Deus não pode controlar a vontade do homem; neste caso Deus não seria soberano. Antes, é o caso que Deus livremente escolhe não controlar a vontade do homem, e assim mantém sua soberania absoluta. Deve também ser lembrado que esta soberana suspensão auto-imposta um dia será abandonada quando Deus se sentar como o juiz soberano sobre tudo.

O que foi dito aqui significa isto, que a medida da soberania de Deus não é o que Deus decretou ou o que Deus criou, mas a absoluta liberdade de Deus para decretar e criar o que ele deseja. Deus criou o homem com livre-arbítrio pois se agradou em assim fazer; Deus limitou seu controle sobre esta vontade livre pois se agradou em assim fazer. Neste caso ou em qualquer outro caso Deus não é menos do que absolutamente soberano.

IV. O CONHECIMENTO DE DEUS

O ponto final a ser considerado neste ensaio é a relação do livre-arbítrio com o conhecimento de Deus. A acusação é que a doutrina do livre-arbítrio necessariamente significa que há indeterminação, contingência, possibilidade, acaso, mistério, fato bruto, ou surpresa para Deus. Dizem que o conhecimento de Deus se torna dependente do homem; e se Deus é dependente do homem em qualquer sentido, ele não pode ser soberano.

Esta questão pode ser apresentada imediatamente, então: o livre-arbítrio faz o conhecimento de Deus dependente do homem? O calvinista responde que sim. A razão é que o calvinista faz o conhecimento de Deus dependente de seu decreto ou determinação de todas as coisas. O dr. Van Til diz que toda realidade é exaustivamente determinada pela vontade de Deus e “por essa razão exaustivamente conhecida pela mente de Deus”[45]. Ele enfatiza a ideia que “Deus controla e por isso conhece todas as coisas”[46]. Novamente, “é na base de seu próprio decreto com respeito ao mundo que Deus tem completo conhecimento do mundo”[47]. Berkhof diz que o problema do conhecimento de Deus é resolvido pela consideração que Deus decretou todas as coisas junto com suas causas e condições na exata ordem em que elas acontecem; assim o conhecimento de Deus das coisas futuras e dos eventos contingentes repousa em seu decreto[48]. O conhecimento de Deus é “baseado em Sua determinação”[49]. Visto que tornam o pré-conhecimento dependente da preordenação de Deus, não é de se admirar que o calvinista diz que, se Deus não determinar a vontade, então ele não pode saber o que a vontade do homem escolherá até que a escolha seja feita. Berkhof diz, “Podemos entender como Deus pode ter conhecimento prévio onde a necessidade domina, mas achamos difícil conceber um conhecimento prévio de ações que o homem origina livremente”[50]. Ele diz que “ao que parece, é impossível conhecer antecipadamente eventos que dependem por completo da decisão causal de uma vontade alheia a princípios que podem em qualquer ocasião, independentemente do estado de espírito, das condições existentes, e dos motivos que se apresentam à mente, seguir diferentes direções. Eventos dessa natureza só podem ser conhecidos previamente como puras possibilidades”[51]. Este exagero grosseiro, junto com outras declarações citadas acima, são suficientes para mostrar que, para o calvinista, a preordenação de Deus não é somente uma causa suficiente mas também necessária do pré-conhecimento de Deus.

Duas coisas podem ser ditas em resposta. Em primeiro lugar, se o conhecimento de Deus é baseado em seu decreto, então, sobre a posição tomada neste ensaio, o conhecimento de Deus ainda é completo pois se assume que o decreto é todo-abrangente. Obviamente o calvinista insistiria que o decreto deve ser um decreto no sentido de preordenação antes que Deus pudesse conhecer os resultados. Um decreto que é apenas todo-abrangente não é suficiente. Afirmo, entretanto, que é suficiente. Em segundo lugar, até se o conhecimento de Deus de todas as coisas não fosse baseado em seu decreto determinativo, Deus ainda conheceria todas as coisas simplesmente porque ele é onisciente. Por sugerir que Deus não poderia conhecer a menos que determinasse, é o calvinista que está limitando o conhecimento de Deus, não o arminiano. Tal concepção da onisciência é modelado segundo os poderes de conhecer do homem. O poder que Deus tem de conhecer, entretanto, é ilimitado. Sua onisciência inclui o poder de prever até os atos livres dos homens.

Nem é este conhecimento dependente do homem de qualquer forma. A fim de ser chamado dependente, o conhecimento teria que ser, verdadeiramente, conhecimento post-eventum. Mas ele não é. Deus conhece os atos livres dos homens mesmo antes do mundo ter sido criado, enquanto o universo existia somente como uma ideia ou plano na mente de Deus. Como alguém, então, pode dizer que o conhecimento de Deus depende de qualquer coisa, se ele está completo em sua própria mente antes de qualquer coisa existir? O conhecimento de Deus é, então, completamente independente e absolutamente todo-abrangente. O livre-arbítrio do homem não altera isto nem um pouco. Deus ainda não é menos do que absolutamente soberano.

CONCLUSÃO

A questão sob consideração neste ensaio foi se a doutrina do livre-arbítrio torna Deus menos do que absolutamente soberano. Contra a acusação calvinista de que ela O torna. Busquei mostrar que não. O fato de que o decreto de Deus é todo-abrangente, incluindo tanto a liberdade do homem como seus atos livres, é suficiente para manter a soberania de Deus com respeito ao seu decreto. O fato que o controle de Deus é absoluto no sentido que ele é o criador de tudo, e que a limitação com respeito à vontade do homem é auto-imposta, também mostra que Deus é soberano. Que o conhecimento de Deus dos atos livres do homem é tanto completo quanto independente também significa que Deus é soberano.

O propósito deste ensaio foi provar que o homem tem livre-arbítrio e que Deus é soberano. O propósito foi mostrar que o livre-arbítrio e a soberania não são incompatíveis, como os críticos da doutrina do livre-arbítrio parecem sugerir. Muito esforço tem sido feito para mostrar que o livre-arbítrio, a priori, não impede a absoluta soberania de Deus. Tal discussão é necessariamente limitada, e as conclusões alcançadas não são, de forma alguma, a palavra final. A última resposta deve vir da revelação das Escrituras. Somente lá podemos aprender se o homem na verdade tem livre-arbítrio, e se Deus na verdade é o Senhor Soberano.

John Cottrell
Texto extraído da página do
Pr. Carlos Sidnei no Facebook


Momentos de Reflexão

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sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

Natal, um presente de Deus para você!

Por: Interlink - Agência Missionária
Título original: Um presente para você!


Presentes para comprar, embalagens para fazer, festas para preparar e visitas para receber. Todas essas coisas, ao mesmo tempo, compõem a popular festa de Natal e fazem dela uma das ocasiões mais agitadas (e estressantes!) do ano.

Apesar das luzes coloridas e dos sons festivos que animam essa temporada, o Natal acaba sendo, para muita gente, um tempo de solidão, tristeza e vazio de alma. Nessa época do ano muitas vezes nos sentimos mais próximos de nossas crises, dúvidas e conflitos pessoais. E a festa, que era para ser uma grande alegria, acaba deixando um gosto amargo na alma.

O que está faltando no Natal?

Talvez você também perceba esse vazio na alma e sinta que algo muito importante está faltando no Natal.

A verdade é que, no meio de uma festa animada, uma ceia farta e tantos presentes, essa celebração deixou de lado a sua razão maior: Jesus Cristo, Filho de Deus, Aquele cuja vinda a este mundo o anjo alegremente anunciou:

[Eu] vos trago novas de grande alegria que o será para todo o povo: É que vos nasceu hoje, na cidade de Davi, o Salvador, que é Cristo, o Senhor. (Lucas 2:10-11)

Cristo é o Presente de Deus para você nesse Natal! O Senhor Jesus está vivo, e comemorar o Seu nascimento é tão importante nos dias de hoje quanto foi a centenas de anos. Esse nascimento é a verdadeira razão do Natal. Por meio dele, o próprio Deus veio viver entre nós:

"A virgem conceberá e dará a luz um filho, o qual será chamado EMANUEL, que traduzido é: Deus conosco" (Mateus 1:23)

Deus enviou Seu Filho ao mundo como prova do Seu amor para conosco. Jesus, que viveu uma vida sem pecado, entregou-Se por nós, morrendo numa cruz para pagar completamente a nossa dívida diante de Deus, por causa do nosso pecado.

"Fiel é esta palavra e digna de toda aceitação; que Cristo Jesus veio ao mundo para salvar os pecadores... " (1 Timóteo 1:15)

A Bíblia nos ensina que todo ser humano, por mais correto que pareça aos seus própros olhos, é pecador e está naturalmente separado de Deus, seu Criador.

"Porque todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus" (Romanos 3:23)

Por isso, nosso verdadeiro presente de Natal é o perdão total dos nossos pecados! Esse presente vem de Deus, por meio da morte e ressurreição de Cristo dentre os mortos.

"Deus dá prova do seu amor para conosco, em que, quando éramos ainda pecadores, Cristo morreu por nós" (Romanos 5:8)

"Porque também Cristo morreu uma só vez pelos pecados, o justo pelos injustos, para levar-nos a Deus" (1 Pedro 3:18)


Um presente para mudar sua vida!

Para receber este presente você deve abrir o coração para Jesus. Confesse agora a Deus o seu pecado e receba o perdão divino através da fé no sacrifício que Jesus realizou por você na cruz.

"Porque, se com a tua boca confessares a Jesus como Senhor, e em teu coração creres que Deus o ressuscitou dentre os mortos, serás salvo" (Romanos 10:9)

Assim como ele ressuscitou dos mortos para viver eternamente, você também ressuscitará com Ele para viver para sempre ao lado de Deus!

"Esta é a vontade de Deus Pai: Que todo aquele que vê o Filho e crê nele, tenha a vida eterna; e eu [Jesus] o ressuscitarei no último dia" (João 6:40)

Mas, este presente divino não é para ser desfrutado apenas na eternidade. Jesus é poderoso para transformar hoje mesmo a sua vida e lhe trazer uma nova razão por que viver!

"Pelo que se alguém está em Cristo, nova criatura é; as coisas velhas já passaram; eis que tudo se fez novo" (2 Coríntios 5:17)

Jesus, o presente de Deus, está disponível nesse Natal para mudar a sua vida!!!

"Eis que estou a porta e bato; se alguém ouvir a minha voz, e abrir a porta, entrarei em sua casa, e com ele cearei, e ele comigo" (Apocalipse 3:20)

interlink
Agência Missionária
A Interlink é uma organização missionária evangélica,
interdenominacional e sem fins lucrativos, filiada à Revival Moviment Association, Belfast, Irlanda do Norte.

Momentos de Reflexão

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sexta-feira, 13 de dezembro de 2013

Sobre o cessacionismo

Por: Vincent Cheung
Título original: Cessacionismo é rebelião contra Deus


“Não extingais o Espírito. Não trateis as profecias com desdém. Examinai tudo. Retende o bem.” (1 Tessalonicenses 5:19-21)

Os versículos de 19 a 21 tratam da orientação do apóstolo sobre as profecias. Paulo escreve: “Não trate as profecias com desdém,” mas orienta os cristãos a "examinar tudo.”

O cessacionismo é a doutrina falsa que ensina que as manifestações dos dons miraculosos, conforme estão enumerados em 1 Coríntios 12, cessaram desde os dias dos apóstolos e a finalização da Bíblia. Embora não exista nenhuma evidência bíblica para essa posição, um dos motivos principais para essa invenção é “proteger” a suficiência das Escrituras e a finalização (término) das Escrituras. Contudo, já foi demonstrado... que a continuação das manifestações miraculosas de fato não contradiz essas duas doutrinas nem as coloca em risco. Portanto, o cessacionismo é antibíblico e desnecessário.

Mais do que isso: o cessacionismo é também maligno e perigoso, pois se o cessacionismo é falso, então os que defendem essa doutrina estão pregando rebelião contra o Senhor.

A Bíblia ordena aos cristãos: “Siga o caminho do amor e deseje intensamente os dons espirituais, principalmente o dom de profecia” (1 Coríntios 14:1).

Se o cessacionismo é correto, mas não sabemos, então podemos ainda tranquilamente obedecer a essa instrução, embora não receberemos o que desejamos.

Isto é, se a profecia cessou, mas pensamos que ela continua, então eu posso ainda desejar o dom de profecia de acordo com esse mandamento, mas não receberei o dom de profecia. Nenhum mal é feito.

Por outro lado, já que os cessacionistas ensinam que o dom de profecia cessou, então embora a Bíblia nos ensine a “desejar dons espirituais”, eles não desejarão dons espirituais, pois os dons espirituais não estão mais em operação, e quaisquer dons que as pessoas achem ter são necessariamente falsos. Isso também se aplica à profecia em particular. Portanto, embora Paulo ensine “Não trate as profecias com desdém”, os cessacionistas são obrigados a tratar todas as profecias com desdém, pelo fato de que eles acreditam que o dom de profecia cessou. Por isso, para eles todas as profecias de hoje são falsas. A postura deles sobre profecia é “rejeitar tudo” em vez de “examinar tudo”. Mas igualmente, se o cessacionismo é falso, então os cessacionistas estão pregando rebelião contra os mandamentos da Bíblia de desejar e examinar as manifestações espirituais.

Pelo fato de que os mandamentos “deseje dons espirituais", “não trate as profecias com desdém” e “examine tudo” são revelados por uma autoridade divina e infalível, os cessacionistas são obrigados a apresentar um argumento infalível para tornar esses mandamentos inaplicáveis para os dias de hoje. Se não conseguirem apresentar tal argumento, mas ainda defenderem o cessacionismo em face desses mandamentos bíblicos explícitos, então não é óbvio que eles se condenaram diante de Deus, ainda que tenham certeza de que os dons cessaram? Nenhum cristão deveria aventurar-se a seguir os cessacionistas ou acreditar em suas doutrinas.

Se alguém prega o cessacionismo, mas não consegue prová-lo — se ele não consegue apresentar um argumento infalível em defesa do cessacionismo (pelo fato de que o mandamento de desejar manifestações espirituais é claro e infalível), então isso significa que ele está conscientemente pregando rebelião contra alguns dos mandamentos diretos de Deus.

Caramba então: ele não deveria ser removido da posição de pastor e outros cargos ministeriais? Ele não deveria ser até mesmo excomungado da igreja? Considerando que os argumentos em defesa do cessacionismo são forçados e débeis, e pelo fato de que essa doutrina apresenta um perigo muito grande, é melhor crer na Bíblia conforme foi escrita, e obedecer a seus mandamentos conforme estão declarados — isto é, “deseje dons espirituais” e “examine tudo”. Essa posição é fiel às declarações diretas das Escrituras, mas requer resistência corajosa a argumentos falaciosos, bullying acadêmico e tradições eclesiásticas.

Inseparável dessa abordagem bíblica é a proteção contra fanáticos carismáticos e milagres falsos. A Bíblia nos instrui a “examinar tudo,” e já que a Bíblia é suficiente, pode expor milagres fraudulentos e profecias falsas. A resposta não é afirmar que os dons cessaram, mas seguir as instruções que a Bíblia já deu sobre esse assunto. Essa posição, que precisamos seguir o que a Bíblia diz, nos oferece a proteção perfeita ainda que o cessacionismo fosse correto. Se o dom de profecia cessou, então qualquer profecia hoje é falsa. Pelo fato de que a Bíblia é revelação suficiente, as informações na Bíblia nos deixarão em condições de “examinar tudo”, de modo que toda profecia alegada hoje ou será examinada e, descobrindo-se que é falsa, será condenada, ou se o conteúdo é tal que é inexaminável, será ignorada.

O cessacionismo nos ensina a abandonar alguns mandamentos divinos sem autorização de Deus, e assim prega rebelião, mas a posição de que temos de “desejar dons espirituais” e “examinar tudo” prega obediência ao Senhor, e é ao mesmo tempo capaz de se proteger contra todas as enganações. Não há nenhum perigo em desejar dons espirituais enquanto também examinamos tudo — se todas as manifestações são falsas, então as exporemos todas como falsas quando as examinarmos, e assim as consideraremos todas como falsas. Alguém que assim procede está a salvo de julgamento.

Rev. Vincent Cheung
Traduzido por: Julio Severo
do artigo:Cessationism and Rebellion
Fonte: www.juliosevero.com


Momentos de Reflexão

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sexta-feira, 6 de dezembro de 2013

O mito Jesus Cristo - Será?

Já há alguns anos, um vídeo surgiu na net questionando a historicidade de Jesus de Nazaré e a veracidade das Escrituras. Por meio de comparações, o autor do vídeo procura provar que a história dos evangelhos é apenas um plágio de outras mitologias pagãs. Este vídeo semeou muitas dúvidas no coração de muitos cristãos ao redor do mundo, dada a aparente herudição do autor. Assista ao vídeo:



Diante destas acusações, algumas respostas foram apresentadas. Eu gostaria de deixar registrado um texto que li no site da Napec, um vídeo e um quadro informativo que vi na página de facebook "Antiateismo-Antiatheism". Vejam...


Diante destas acusações, algumas respostas foram apresentadas. Eu gostaria de deixar registrado um texto que li no site da Napec, um vídeo e um quadro informativo que vi na página de facebook "Antiateismo-Antiatheism". Vejam:

Por: J. Warner Wallace
Tradução: Natan Case
Fonte: napec.org
Título original: É Jesus simplesmente um reconto da mitologia de Osiris?


Há muitos ateus que afirmam que Jesus nunca existiu.

E se eu te dissesse que já houve uma religião antiga que descrevia Deus como um ser que:

Foi chamado de “Senhor dos Senhores”, “Rei dos Reis”, "Deus dos Deuses”, “Ressurreição e a Vida”, “Bom Pastor”, “Eterno”, e o deus que fez homens e mulheres para “nascerem de novo”

O seu nascimento foi anunciado por Três Homens Sábios: as três estrelas Mintaka, Anilam, e Alnitak na constelação de Orion. Tinha uma estrela no leste, Sirius, que significava seu nascimento.

Teve uma cerimônia eucarística do tipo, em que seu corpo foi comido na forma de bolos de trigo de comunhão.

Ensinou muito do mesmo material como Jesus; muitos ensinamentos são identicamente o mesmo, palavra por palavra.

Foi morto e depois ressuscitado, dando esperança para que todos possam fazer semelhantemente e tornarem-se eternos.


Você reconheceria esta figura religiosa?

Parece com alguém que você conhece?

Bem, é claro, estamos descrevendo a figura de Osíris! O que, você pensava que estávamos falando sobre Jesus? Parece muito com Jesus, não é mesmo? Será que a sua fé seria abalada se você descobrisse que Osíris era um deus mitológico egípcio que reinou sobre a terra logo após a criação desta? E enquanto a adoração de Osíris não é mais prevalecente em nosso planeta, há muitos ateus que estão agora juntando-se para discutir que o cristianismo é simplesmente um imitador de sistemas de fé previamente existentes. O argumento deles é que o cristianismo não é verdade, e que Jesus nunca existiu. Ele é simplesmente uma forma de deidade copiada a partir de várias mitologias pré-existentes!

Será que realmente ele é como Jesus?

Uma primeira leitura destas semelhanças é assustadora e para muitos cristãos, estas descrições os fizeram tropeçar e duvidar da verdadeira historicidade do homem, Jesus Cristo. Portanto, é importante para nós examinarmos a veracidade destas afirmações de semelhança e também para ver o que as mitologias REAIS podem nos dizer sobre o coração do homem que nos leva a imaginar como Deus é. Pode haver pouca dúvida de que há várias mitologias pré-cristãs de salvadores que morrem, mas quando examinamos de perto estas figuras, veremos que elas somente prenunciam o Deus que realmente de fato veio para a Terra. Estas mitologias na verdade APOIAM as reivindicações de Cristo.

Antes de começarmos a examinar esta mitologia cuidadosamente, é importante reconhecer que uma porção significativa do que acabamos de ler sobre Osíris é simplesmente FALSO, e não tem QUALQUER apoio arqueológico ou textual.

Muito do que é visto nesta lista é simplesmente o esforço de ateus para fazer Osíris parecer com Jesus o máximo possível. Então, vamos dar uma olhada na verdade e ver o que isto pode nos dizer.

A Verdade de Osíris

Os historiadores fazem o melhor deles para entender Osíris a partir das escavações arqueológicas, templos existentes e esculturas de parede no Egito.

De acordo com o mito, Osíris foi morto por seu irmão invejoso, Seth. Sua irmã-esposa (Isis) recolheu os pedaços de seu marido mutilado, o reviveu, e mais tarde concebeu seu filho e vingador, Horus. Vamos dar uma olhada nas afrimações já descritas e separar a verdade da ficção, e, em seguida, tentar entender a esperança fundamental das pessoas que inventaram o deus chamado Osíris:

Afirmação: Osíris foi chamado de “Senhor dos Senhores”, “Rei dos Reis”, “Deus dos Deuses”, “Ressurreição e a Vida”, “Bom Pastor”, “Eterno”, e o deus que “fez homens e mulheres para serem nascidos de novo”.

Verdade: Estes nomes de Jesus NÃO foram utilizados por Osíris, que foi chamado de “Senhor de Tudo”, o “Bom Ser”, “Senhor do Submundo”, “Senhor (Rei) da Eternidade”, “Dominador dos Mortos”, “Senhor do Oeste”, “O Grande”, “Aquele que toma assento”, o “Progenitor”, “o Carneiro”, “Grande Palavra”, “Chefe dos Espíritos”, “Dominador da Eternidade”, “Deus Vivente “, ”Deus acima dos deuses".

Esses nomes bastante gerais não eram incomuns para muitas outras deidades também.


O Raciocínio por trás da mitologia de Osíris: Se há um Deus, esperaríamos que Ele fosse poderoso e possuísse um título que refletisse este poder.

Afirmação: o nascimento de Osíris foi anunciado por Três Homens Sábios: as três estrelas Mintaka, Anilam, Alnitak na constelação de Orion, e Osíris tinha uma estrela no leste (Sirius) que significava seu nascimento.

Verdade: É verdade que alguns estudiosos vinculam Osíris com Órion, mas eles não esticam a imaginação para chamar as três estrelas da constelação de “homens sábios”, e não há nenhuma menção de uma estrela do leste na mitologia de Osíris.


O raciocínio por trás da mitologia de Osíris: É razoável supor que, se existe um Deus, o seu surgimento no mundo natural seria de alguma forma espetacular e sobrenatural.

Afirmação: Osíris teve uma cerimônia Eucarística do tipo, em que seu corpo foi comido na forma de bolos de trigo de comunhão.

Verdade: Não há nenhuma evidência para isso na pesquisa dos estudiosos.


Afirmação: Osíris ensinou muito das mesmas coisas que Jesus; muitos ensinamentos são identicamente os mesmos, palavra por palavra.

Verdade: Não há absolutamente nenhuma evidência de nada disto e a ‘sabedoria’ de Osíris ainda está disponível para revisão.


O raciocínio por trás da mitologia de Osíris: Se há um Deus, esperaríamos que Ele fosse uma fonte de grande sabedoria.

Afirmação: Foi morto e depois ressuscitado, dando esperança para que todos possam fazer semelhantemente e tornarem- se eternos.

Verdade: Osíris foi assassinado e seu corpo foi desmembrado e espalhado. Mais tarde, os pedaços do corpo foram recuperados e remontados, e ele foi rejuvenescido. Osíris, em seguida, viajou para o submundo, onde ele tornou-se o senhor dos mortos. Ele NÃO ressuscitou com um corpo glorificado e nem andou com os homens na terra, como fez Jesus. Ele não estava vivo novamente, como estava Jesus, mas ao invés era um deus “morto” que nunca retornou aos vivos.


A razão por trás da mitologia de Osíris: Se existe um Deus verdadeiro, esperaríamos que ele tivesse domínio sobre a morte e ser capaz de controlar os poderes da morte e da vida.

Então, o que sobrou?

A partir desta rápida análise da tradição de Osíris, podemos ver que ele NÃO foi chamado pelos mesmos nomes que foram usados ​​para Jesus, e embora ele estivesse ligado por algum meio à constelação de Órion, NÃO há nenhuma menção de três homens sábios na história do nascimento de Osíris. Além disto, Osíris NÃO era celebrado com uma Eucaristia. Ele foi assassinado e remontado, mas NÃO foi ressuscitado para a glória e vida como foi Jesus. Então em retrospectiva, quão semelhante é Mitras em relação à Jesus, afinal?

Como Eles Poderiam Ter Imaginado Isto?

Mesmo com todas as diferenças entre Osíris e Jesus, ainda é surpreendente que os homens primitivos poderiam imaginar um Deus mesmo com poucas semelhanças, não acha? Como isto poderia acontecer? É realmente possível que alguém poderia imaginar algo que poderia posteriormente tornar-se uma realidade, mesmo que apenas em parte? Bem, vamos analisar outro exemplo histórico. E se eu lhe dissesse que um homem chamado Morgan Robertson escreveu certa vez sobre um transatlântico britânico que era de aproximadamente 800 pés de comprimento, pesava mais de 60 mil toneladas, e poderia carregar cerca de 3.000 passageiros? O navio tinha uma velocidade máxima de viajem de 24 nós, tinha três hélices, e aproximadamente 20 botes salva-vidas. E se eu lhe dissesse que este transatlântico colidiu com um iceberg em sua viagem inaugural no mês de abril, rasgando uma abertura na parte da frente do lado do estibordo do navio, e afundando junto com aproximadamente 2.000 passageiros? Você reconheceria o evento da história? Você pode dizer: “Ei, este é o Titanic!” Bem, você estaria errado. Embora todos estes detalhes sejam idênticos aos do Titanic, o navio de que eu estou falando é o “Titan” e é um navio fictício descrito no livro de Robertson intitulado “Wreck of the Titan” ou “Futility” (Buccaneer Books, Cutchogue, New York, 1898). Este livro foi escrito 14 anos antes do desastre ocorrer, e vários anos antes que a construção do Titanic sequer tivesse sido iniciada! Além disto, outros escritores e pensadores também haviam começado a desenvolver uma mitologia sobre tais navios grandes. Na década de 1880, o jornalista Inglês bem-conhecido, W.T. Stead também escreveu um relato de um transatlântico afundando no meio do Atlântico, e até 1882 tinha adicionado o detalhe que um iceberg seria a causa do desastre. Há também um grande número de premonições relatadas por parte de passageiros que cancelaram no último momento antes de embarcar no Titanic em sua viagem inaugural em 1912, alegando que o navio sofreria um destino semelhante.

Como poderiam todas essas pessoas prever algo assim? Como Robertson poderia prever isto tão precisamente? Bem, é bem possível que estes homens e mulheres tivessem algum tipo de dom profético (afinal, até mesmo os ateus concederão que alguns dentre nós são pelo menos mais intuitivos do que outros), mas também é possível que eles simplesmente observaram o mundo à sua volta , pensaram nas possibilidades, analisaram a história do homem conducente à era, e imaginaram como seria um transatlântico como este . Claramente eles realmente imaginaram algo que fosse próximo da verdade da história. Agora, se em mil anos a partir de agora fossemos examinar a verdade do Titanic na história, e descobríssemos a história do Titan, você acha que estaríamos dizendo: “Ei, aquela história sobre o Titanic é uma mentira, foi apenas uma recriação de uma mitologia anterior chamada de Titan!”. Espero que não. Espero que, em vez disto, avaliaríamos a evidência relacionada à existência do Titanic, lêssemos os relatos de testemunhas oculares, estudássemos o impacto que o evento teve na história, e então tomássemos uma decisão sobre o evento. Espero que uma mitologia anterior não pare a nossa busca pela verdade. E vamos encarar, as semelhanças entre o Titan e o Titanic são bem maiores do que as semelhanças entre Osíris e Jesus.

O que estava no coração daqueles que criaram Osíris?

Assim, há também algo no coração do homem que o leva a buscar a Deus e tentar o seu melhor para entender e saber dele? Há algo no coração de todo homem que o encoraja a sonhar e imaginar mitologias sobre Deus, assim como ele poderia imaginar um barco como o Titanic? A Bíblia certamente sustenta que Deus colocou a verdade de sua existência no mundo ao nosso redor:

"Porque do céu se manifesta a ira de Deus sobre toda a impiedade e injustiça dos homens, que detêm a verdade em injustiça. Porquanto o que de Deus se pode conhecer neles se manifesta, porque Deus lho manifestou. Porque as suas coisas invisíveis, desde a criação do mundo, tanto o seu eterno poder, como a sua divindade, se entendem, e claramente se vêem pelas coisas que estão criadas, para que eles fiquem inescusáveis" (Romanos 1:18-20)

E a Bíblia também nos diz que Deus tem nos dado uma consciência que testifica à sua existência:
"Porque todos os que sem lei pecaram, sem lei também perecerão; e todos os que sob a lei pecaram, pela lei serão julgados. Porque os que ouvem a lei não são justos diante de Deus, mas os que praticam a lei hão de ser justificados. Porque, quando os gentios, que não têm lei, fazem naturalmente as coisas que são da lei, não tendo eles lei, para si mesmos são lei; Os quais mostram a obra da lei escrita em seus corações, testificando juntamente a sua consciência, e os seus pensamentos, quer acusando-os, quer defendendo-os; No dia em que Deus há de julgar os segredos dos homens, por Jesus Cristo, segundo o meu evangelho" (Romanos 2:12-16)

Por que deveríamos ser surpreendidos de que, como pessoas criadas à imagem de Deus teríamos uma mente e um coração que sonha com a natureza de nosso criador? Se Deus tem colocado a sua verdade moral em nosso coração, e deu dicas sobre a sua existência com a maravilha do mundo criado ao nosso redor, é razoável que mesmo antes que qualquer coisa fosse diretamente revelada na Bíblia, homens e mulheres pensassem, imaginassem e sonhassem com a natureza de Deus (assim como alguns obviamente pensaram em grandes transatlânticos!). Na verdade nós esperaríamos que estas mitologias tivessem uma semelhança à realidade da natureza de Deus uma vez que nos é revelado, assim como o Titan assemelhava-ise ao Titanic! E isto parece ser o caso com de Osíris.

Mas vamos ser realistas sobre as semelhanças de Osíris. Estas NÃO são tão poderosas e marcantes assim; especialmente quando as investigamos e vemos que a grande maioria das afirmações de semelhanças simplesmente não são historicamente verificadas. Estas são mentiras.

(...)

Embora a adoração à Osíris seja agora uma religião morta, o cristianismo continua a prosperar. Por quê? Porque a tradição de Osíris é inconsistente com a história geológica de nosso mundo, inconsistente com a história arqueológica da humanidade, e não suportada pela evidência textual.

Em contraste, o cristianismo continua a falar às mentes dos buscadores hoje. Tem forte consistência geológica e arqueológica com o que vemos em nosso mundo e uma forte evidência textual para apoiar a primeira das reivindicações.

Os ateus têm tentado retratar Osíris como algo que ele não é a fim de fazer-nos crer que Jesus nunca existiu. Mas a história de Osíris só deve encorajar-nos a crer no Deus que excede as nossas expectativas!

J. Warner Wallace


Para ler o texto completo clique aqui.

Para uma lista completa das alegadas deidades imitadoras, clique aqui, e para um outro artigo detalhado sobre a relação Osíris/Jesus, clique aqui (textos em inglês).

Assista agora um video resposta:



Veja o quadro com refutações, extraído da página "Antiateísmo-Antiatheism" no facebook:

Clique na imagem para uma melhor visualização



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sexta-feira, 29 de novembro de 2013

Soli Deo Gloria

Por: John Piper

Usamos a frase glória de Deus com tanta frequência que ela tende a perder sua força bíblica. Mas essa glória, como o sol, não é menos ardente - e não menos benéfica - porque as pessoas a ignoram. No entanto, Deus odeia ser ignorado.



"Considerai, pois, nisto, vós que vos esqueceis de Deus, para que não vos despedace, sem haver quem vos livre" (Salmo 50:22)
Então, vamos nos concentrar novamente na glória de Deus. O que é a glória de Deus e quão importante ela é?

O que é a glória de Deus?

A glória de Deus é a santidade de Deus colocada em exposição. Isto é, o valor infinito de Deus manifestado. Perceba como Isaías muda de “santo” para “glória”: “E clamavam uns para os outros, dizendo: Santo, santo, santo é o SENHOR dos Exércitos; toda a terra está cheia da sua glória”. (Isaías 6:3). Quando a santidade de Deus enche a terra para que as pessoas vejam, ela chama-se glória.

O significado básico de santo é “separado do comum”. Assim sendo, a santidade de Deus é a sua infinita “separação” de tudo o que é comum. É isso que o faz ser o único infinito - como o diamante mais raro e mais perfeito do mundo - só que não existem outros deuses-diamantes. A singularidade de Deus como sendo o único Deus - Sua “Divindade” - o faz infinitamente valioso e santo.

Ao falar da glória de Deus, a Bíblia admite que este valor infinito teve sua entrada na criação. Brilhou, assim como era. A glória de Deus é o resplendor da sua santidade, a irradiação do seu valor infinito. E quando ela flui, é vista como bela e grandiosa. Ela tem tanto a qualidade de ser infinita quanto a magnitude. Desta forma, podemos definir a glória de Deus como a beleza e a grandeza da sua multiforme perfeição.

Digo “multiforme perfeição”, porque a Bíblia diz que aspectos específicos do ser de Deus contêm glória. Por exemplo, lemos sobre a “gloriosa graça” (Efésios 1:6) e “a glória do seu poder” (2 Tessalonicenses 1:9). O próprio Deus é glorioso, pois ele é a perfeita união de todas as suas multiformes e gloriosas perfeições.

Mas esta definição deve ser qualificada. A Bíblia também fala da glória de Deus antes de ser revelada na criação. Por exemplo, Jesus orou: “e, agora, glorifica-me, ó Pai, contigo mesmo, com a glória que eu tive junto de ti, antes que houvesse mundo” (João 17:5). Portanto, quero sugerir a seguinte definição: A glória de Deus é o esplendor externo da beleza intrínseca e grandeza da sua multiforme perfeição.

Estou ciente de que palavras apontam para uma definição muito pobre. Eu substituí uma palavra inadequada-glória-por duas palavras inadequadas - beleza e grandeza. No entanto, Deus se revelou a nós em palavras como “a glória de Deus”. Portanto, elas não são palavras sem sentido.

Devemos constantemente nos lembrar de que estamos falando de uma glória que está além de qualquer comparação na criação. “A glória de Deus” é como designamos a beleza e a grandeza infinita da Pessoa que existia antes de qualquer coisa. Essa beleza e grandeza existem sem origem, sem comparação, sem analogia, sem serem julgadas por qualquer critério externo. A glória de Deus é definitiva, o padrão absolutamente original de grandeza e beleza. Toda a grandeza e beleza criadas vêm dela e aponta para ela, mas não podem reproduzi-la de forma adequada e em sua abrangência.

“A glória de Deus” é uma forma de dizer que há uma realidade objetiva e absoluta para a qual apontam todas as maravilhas, respeito, veneração, louvor, honra, elogio e adoração dos seres humanos. Nós fomos feitos para encontrar o nosso mais profundo prazer em admirar o infinitamente admirável - a glória de Deus. Essa glória não é a projeção psicológica do desejo humano insatisfeito sobre a realidade. Pelo contrário, o desejo inconsolável do ser humano é a evidência de que fomos feitos para a glória de Deus.

Quão central é a glória de Deus?

A glória de Deus é o objetivo de todas as coisas (1 Coríntios 10:31;Isaías 43:6-7). A grande missão da Igreja é declarar a glória de Deus entre as nações. “Anunciai entre as nações a sua glória, entre todos os povos, as suas maravilhas”. (Salmo 96:1-3; Ezequiel 39:21; Isaías 66:18-19).

Qual é a nossa esperança?

Nossa máxima esperança é ver a glória de Deus. “E gloriamo-nos na esperança da glória de Deus” (Romanos 5:2). Deus irá “vos apresentar com exultação, imaculados diante da sua glória” (Judas 24). Ele irá “conhecer as riquezas da sua glória em vasos de misericórdia, que para glória preparou de antemão” (Romanos 9:23). Jesus, em toda a sua pessoa e obra, é a encarnação e revelação máxima da glória de Deus (João 17:24; Hebreus 1:3).

Além disso, não somente veremos a glória de Deus, mas também teremos participação, em algum sentido, em sua glória. “Rogo, pois, aos presbíteros que há entre vós, eu, presbítero como eles, e testemunha dos sofrimentos de Cristo, e ainda co-participante da glória que há de ser revelada” (1 Pedro 5:1). “Aos que justificou, a esses também glorificou” (Romanos 8:30). A esperança que é verdadeiramente conhecida e estimada tem um efeito decisivo sobre os nossos valores, escolhas e ações hoje.

Valorizando a Glória de Deus

Conheça a glória de Deus. Estude a glória de Deus, a glória de Cristo. Estude sua alma. Conheça as glórias pelas quais você é seduzido e porque você valoriza glórias que não são a glória de Deus.

Estude a sua própria alma para saber como fazer as glórias do mundo desmoronarem como Dagom, em pedaços miseráveis, ??no chão dos templos do mundo (1 Samuel 5:4). Tenha fome de ver e compartilhar mais da glória de Cristo, a imagem de Deus.

John Piper
é um dos ministros e autores cristãos mais proeminentes e atuantes dos dias atuais,
atingindo com suas publicações e mensagens milhões de pessoas em todo o mundo.
Ele exerce seu ministério pastoral na Bethlehem Baptist Church,
em Minneapolis, MN, nos EUA desde 1980.
Fonte: www.ministeriofiel.com.br


Parceiro: Desiring God
é um ministério cristão que se focaliza em suprir materiais bíblicos para o povo de Deus em todo o mundo.
Nosso alvo é tornar esses materiais disponíveis em diversos idiomas
e formatos (internet, página impressa, mídia eletrônica),
para que aqueles que não conhecem a Jesus ouçam e creiam e para que aqueles que já creram
possam crescer em seu conhecimento de Deus e em seu desejo por ele.


O leitor tem permissão para divulgar e distribuir esse texto, desde que não altere seu formato, conteúdo e/ou tradução e que informe os créditos tanto de autoria, como de tradução e copyright. Em caso de dúvidas, faça contato com a Editora Fiel.



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sexta-feira, 22 de novembro de 2013

Provérbios 11:19 - A Vida e a Morte

“Como a justiça encaminha para a vida, assim o que segue o mal vai para a sua morte" (Provérbios 11:19)


A Palavra de Deus nos revela duas possibilidades de fim para a humanidade: a Vida eterna e a Morte eterna

A vida que vivemos hoje é passageira e é nesta vida que decidimos o nosso destino eterno. A vida e a morte estão ao alcance de cada um de nós. 

A vontade de Deus é... que todos se salvem e escolham a vida (1Tm 2:3-4), mas esta decisão é pessoal e a responsabilidade pelo rumo que a sua escolha dará a esta sua vida natural e passageira, também. 

Escolha, então, a vida para fugir da perdição da morte!

Você já sabe como optar pela vida?

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  • 11:19 - A Vida e a Morte
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    sexta-feira, 15 de novembro de 2013

    O tamanho da Reforma

    Por: Paulo Romeiro

    “Chegou o tempo em que os homens não suportam o sermão sobre a verdade nem a sã doutrina.” John Knox-1565- (I Timóteo 4).

    Toda reforma tem tamanho e objetivo. Não estamos falando de manutenção, que deve ser constante. Reforma é basicamente a restauração de algo que se perdeu no tempo, que deteriorou, desviou, apodreceu.

    A reforma de Martinho Lutero,em 1517, quando afixou na porta da Igreja do Castelo de Wittenberg um texto contendo 95 Teses, ou propostas para debate, causou a maior divisão na chamada Igreja Cristã, até hoje.

    Finalmente o povo alemão encontrou uma voz que falava em seu nome, contra as práticas questionáveis a que a Igreja recorria em sua busca da riqueza material... Em suma, Lutero acreditava que o homem sempre fora um pecador, mas sempre justificado, se apenas se voltasse para Cristo. Era o caminho da “sola fides” somente a fé, a fé única que ele descobriu através da “Scriptura sola” somente as Escrituras, apenas através das palavras da Escritura, e não através de convenções ou leis (eclesiásticas). Todo o medo foi banido na certeza da Graça de Deus.

    Esta reforma que começou com Martinho Lutero e não tem hora para acabar, é considerada a mais importante e a mais profunda em toda a história da Igreja.

    Esta reforma depois de passar pela Suíça, mais especificamente na cidade de Genebra, onde homens como Calvino, Beza, Farel e Knox, imortalizados em monumento memorial dedicado à Reforma, lemos : “Post Tenebras Lux”, “Depois das Trevas, a Luz”, onde a Bíblia Sagrada foi destacada como autoridade singular, “a única regra infalível de fé e prática”.

    A pergunta hoje é o que aconteceu com a Reforma? Verdadeiramente qual foi o tamanho da Reforma? Não conseguimos concluí-la? Quando achávamos que estava concluída, houve novamente desvios? Faz-se necessário Nova Reforma? Nem todas as Igrejas Evangélicas são Igrejas Reformadas?

    Aqui temos perguntas suficientes para alguns Congressos, Seminários, livros e muitos, muitos debates.

    A resposta mais prática e simples, sem desmerecer a gravidade e importância do assunto, é:

    Sejamos, cada um de nós, um Reformador. Parece pequena a proposta, no entanto se praticada, será uma reforma de grande tamanho.

    Ser um reformador é praticar a Bíblia, é considerar somente a fé como meio de salvação em Jesus Cristo.

    John Knox escreveu somente um de seus sermões: AOS INIMIGOS DA VERDADE , em 1565, ainda inflamado pela Reforma de Lutero onde nos alerta para as palavras de Paulo a Timóteo encontrada em I Timóteo capítulo 4.

    “…mas a piedade para tudo é proveitosa, porque tem a promessa da vida que agora é e da que há de ser. Fiel é esta palavra e digna de inteira aceitação.” I Timóteo, capítulo 4: 8 e 9

    Somos amigos da verdade.

    Vamos colocar nossa esperança no Deus vivo, lutar pela Igreja, praticar a fé e crer nas Escrituras.

    Assim, continuaremos esta grande e abrangente Reforma.

    Deus é bom.

    Pr. Paulo Romeiro
    Fonte: www.ictrindade.com.br


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    sexta-feira, 8 de novembro de 2013

    O que Jesus não levou na cruz

    “Certamente, ele tomou sobre si as nossas enfermidades e as nossas dores levou sobre si; e nós o reputávamos por aflito, ferido de Deus e oprimido” (Is 53.4).
    Há algum tempo li numa revista o relato sobre um casal da Filadélfia (EUA) que confiou na cura pela fé: “Seu filho faleceu sem ajuda médica”. A justiça considerou os pais culpados de homicídio por imprudência. Um leitor comentou:

    "No movimento pentecostal mundial existem muitas igrejas que pregam doutrinas semelhantes às da “Igreja do Evangelho do Primeiro Século” da Filadélfia (a igreja do casal citado), ensinando que “doenças estão relacionadas à falta de fé e são sempre do Diabo”. Essa doutrina é falsa e irresponsável. Pode ser, sim, que Deus permita ou queira que um cristão morra de alguma enfermidade. (...) Quem sempre fica falando de cura e é incapaz de curar, deveria mandar os membros da sua igreja ao melhor médico que conhece"

    O Senhor Jesus não carregou nossas enfermidades na cruz. Que argumentos existem para embasar uma afirmação tão “ousada”...?

    1. Os resultados

    Se Jesus tivesse carregado nossas enfermidades na cruz, os resultados deveriam ser obrigatoriamente os mesmos da salvação. Mas não é o que acontece. Quando alguém se converte a Jesus, a conseqüência direta é o perdão pleno de todos os seus pecados, recebendo imediatamente o Espírito Santo e nascendo de novo – sua alma e seu espírito ficam curados. Mas seu corpo também é curado imediatamente? E é sempre curado? Não! Exceções confirmam a regra, mas Deus é soberano, e graças a Ele por isso – mas por que uma pessoa não fica curada sempre, mesmo tendo sido salva? Porque a carne não pode ser salva e por continuarmos vivendo em um corpo pecaminoso, suscetível a todo tipo de doença.

    2. A própria Palavra de Deus explica

    Mateus 8 descreve o Senhor curando um leproso. Depois Ele cura o servo de um centurião romano de Cafarnaum. Aí vem a cura da sogra de Pedro. E nesse contexto está escrito: “Chegada a tarde, trouxeram-lhe muitos endemoninhados; e ele meramente com a palavra expeliu os demônios e curou todos os que estavam doentes; para que se cumprisse o que fora dito por intermédio do profeta Isaías: Ele tomou as nossas enfermidades e carregou com as nossas doenças” (Mt 8.16-17). Assim, Jesus cumpriu a profecia de Isaías 53 ainda antes de Sua crucificação, durante Sua vida e Seu ministério terrenos, quando curou muitos dos Seus compatriotas judeus, compadeceu-se deles, tomou sobre Si as suas dores e sarou-os. Ele sofreu com seus sofrimentos, teve compaixão deles e carregou suas fraquezas e doenças. Essa profecia foi cumprida, primordialmente, em Israel e com relação a Israel, e foi uma prévia do futuro reino messiânico.

    No Novo Testamento, sempre que lemos que algo foi cumprido, isso significa completa e plenamente, sem necessidade de um cumprimento posterior ou final. Vejamos alguns exemplos do Evangelho de Mateus, onde, a cada evento, está escrito “para que se cumprisse”:

    • Mateus 1.22-23: o nascimento virginal.


    • Mateus 2.15,17-18,23: a fuga para o Egito, a matança dos inocentes em Belém e Jesus ser chamado de Nazareno.


    • Mateus 4.14-16: a profecia sobre Zebulom, Naftali e a Galiléia dos gentios.


    • Mateus 13.14-15,35: a cegueira dos fariseus e o falar em parábolas.


    • Mateus 21.4-5: a entrada triunfal em Jerusalém, montado em um jumento.


    • Mateus 27.9-10: a traição por trinta moedas de prata e a compra do campo do oleiro.


    “Todos nós andávamos desgarrados como ovelhas; cada um se desviava pelo caminho, mas o Senhor fez cair sobre ele a iniqüidade de nós todos” (Is 53.6). Todas essas profecias não terão um cumprimento futuro, uma vez que já estão cumpridas. A exatidão da Bíblia a respeito fica evidente no dia de Pentecostes. Quando este aconteceu, não está escrito que era o cumprimento da profecia de Joel, “mas o que ocorre é o que foi dito por intermédio do profeta Joel: E acontecerá nos últimos dias, diz o Senhor, que derramarei o meu Espírito sobre toda carne; vossos filhos e vossas filhas profetizarão, vossos jovens terão visões, e sonharão vossos velhos; até sobre os meus servos e sobre as minhas servas derramarei do meu Espírito naqueles dias, e profetizarão” (At 2.16-17). Por que Pedro não usa a palavra “cumpriu”? Porque Pentecostes ainda não era o cumprimento definitivo e final dessa profecia de Joel. Ela ainda está em aberto e espera seu cumprimento final, que se dará quando Jesus voltar. É o que vemos também em João 19.36-37: “E isto aconteceu para se cumprir a Escritura: Nenhum dos seus ossos será quebrado. E outra vez diz a Escritura: Eles verão aquele a quem traspassaram”. No versículo 36 a Escritura está cumprida; no versículo 37 ainda não, uma vez que essa parte é futura, o que explica a diferença na afirmação.

    Essa análise do assunto é muito importante, para que:

    • classifiquemos as afirmações da Escritura da maneira correta, sem forçar seu conteúdo e seu contexto e


    • para que não sejamos insensatos ou nos fixemos em algo sem sustentação bíblica e que acabará por nos deixar frustrados. Tantos vivem um cristianismo tenso porque são levados a crer que precisam ser curados de qualquer maneira. Dessa forma, muitos enfrentam os maiores problemas quando a cura não vem. O Novo Testamento fala de sofrimento físico em muitas passagens. E os cristãos não estão isentos dele; pelo contrário, são exortados a suportar os sofrimentos com ânimo e coragem.


    “Ele tomou as nossas enfermidades” significa que, durante Sua vida terrena, Jesus tirou as doenças de muitos. Mas não está escrito que Jesus estivesse com AIDS, hepatite ou câncer quando estava dependurado na cruz, como se chega a afirmar.

    O que Jesus carregou na cruz

    Quando a Bíblia fala da cruz ela nunca diz que Jesus carregou nossas enfermidades, mas o pecado, que Ele tomou sobre Si – que é a causa da enfermidade e da morte. Só em Isaías 53.5, e não no versículo 4, a profecia fala da cruz e do que Jesus carregou na cruz: “Mas ele foi traspassado (na cruz) pelas nossas transgressões e moído pelas nossas iniqüidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e pelas suas pisaduras fomos sarados (das nossas transgressões). Todos nós andávamos desgarrados como ovelhas, cada um se desviava pelo caminho, mas o Senhor fez cair sobre ele a iniqüidade de nós todos” (Is 53.5-6). “Aquele que não conheceu pecado, ele o fez pecado por nós; para que, nele, fôssemos feitos justiça de Deus” (2 Co 5.21).

    Nós, seres humanos, somos enganados e marcados por uma postura interior equivocada. Pensamos, agimos e fazemos de conta que a doença é pior do que o pecado. Em geral, a enfermidade é considerada o que existe de pior. É por isso que desejamos “saúde!” uns aos outros ou dizemos que “o mais importante é a saúde”. Mas existe algo que é muito pior do que toda e qualquer doença: o pecado. É o pecado que nos mata, não a doença. O pecado é a causa de todas as doenças, a raiz de todo sofrimento e da morte. É terrível sofrer e morrer de alguma doença, mas imensuravelmente pior é morrer em pecado.

    Para que não haja nenhum equívoco, quero deixar bem claro: cremos que Deus faz milagres ainda hoje e cura pessoas; cremos que devemos orar por elas. Mas como em todos os assuntos, a fé na cura deveria estar embasada na Escritura como um todo, para que não sejamos levados pelo engano.


    Norbert Lieth
    É Diretor da Chamada da Meia-Noite Internacional.
    Suas mensagens têm como tema central a Palavra Profética.
    Logo após sua conversão, estudou em nossa Escola Bíblica e ficou no Uruguai até concluí-la.
    Por alguns anos trabalhou como missionário em nossa Obra na Bolívia e depois iniciou
    a divulgação da nossa literatura na Venezuela, onde permaneceu até 1985.
    Nesse ano, voltou à Suíça e é o principal preletor em nossas conferências na Europa.
    É autor de vários livros publicados em alemão, português e espanhol.
    Fonte: www.chamada.com.br


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    sexta-feira, 1 de novembro de 2013

    Liderança segundo Deus

    Por: Russel Shedd

    As igrejas terão que avaliar quais são as lacunas que são totalmente inaceitáveis e quais são toleráveis.


    Uma característica da natureza humana é uma ambição inata. Quem não quer ser alguém? Quem não quer subir no palco e ouvir as palmas bater? Superados os problemas de segurança e alimentação, diz o psicólogo Abraão Maslow, o homem quer sentir que valeu a pena viver. Ele quer fazer diferença, deixar um legado positivo. Apenas existir durante algumas décadas na terra não cria no íntimo aquele sentimento agradável que ele contribuiu algo de valor ao mundo. Se a origem deste incômodo vem de Deus, podemos entender porque Paulo escreveu 1 Timóteo 3:1: Digna de crédito é esta verdade. Se alguém almeja ser bispo (epíscopos, isto é, um supervisor responsável para uma comunidade), deseja uma excelente (kalos, bela, agradável) obra ou função. Poderíamos dizer: "Quem tem a ambição de ser líder de uma igreja cristã, quer algo que satisfará um profundo desejo em seu coração". Examinemos as condições básicas que Paulo alistou para seu discípulo querido, e o ideal para todo aquele que se sente chamado por Deus para conduzir uma igreja local...

    Qualificações do líder:

    1) O candidato deve querer esta posição. Ainda que seja praxe em concílios, convocados para pedir do pretendente ao ministério pastoral uma confirmação que ele tenha um chamado para tal, Paulo emprega a palavra "quer". Pedro concorda: "Pastoreiem o rebanho de Deus que está aos seus cuidados. Olhem por ele, não por obrigação, mas de livre vontade" (1 Pe 5:2). Sugere que, se falta este desejo, o candidato não deve ser considerado vocacionado por Deus.

    2) Deve ser irrepreensível, isto é, sem falhas morais ou éticas que poderiam diminuir sua aceitação da parte de Deus e da igreja como líder.

    3) Não pode ser casado com mais do que uma mulher.

    4) Deve ser uma pessoa equilibrada sem tendências extremistas.

    5) Deve ter domínio sobre suas emoções e apetites. É também o último item na lista do fruto do Espírito (Gl 5.23).

    6) Deve ser digno de respeito da parte daqueles que conhecem bem o seu caráter, isto é, ter qualidades de integridade, honestidade e confiabilidade, sem ações e atitudes que desmentem suas palavras. Pratica o que prega.

    7) Gosta das pessoas; gosta de hospedar irmãos que necessitam cuidados básicos – casa e comida.

    8) Ele tem facilidade em expor o sentido real e prático da Palavra de Deus. Sendo expositor sério da Bíblia, não omite a responsabilidade de explicar e aplicar o texto às vidas dos ouvintes. Mostra no próprio texto como então Deus quer que Seus filhos vivam no contexto da pós-modernidade.

    9) Ele evita qualquer comida, bebida ou droga que possa viciá-lo. Sabe do perigo de se escravizar a um prazer que não seja pecado em si.

    10) Ele é manso, portanto não reage à provocações com violência, mas está pronto para perdoar. Longe de querer se vingar, ele cumpre o papel de pacificador e reconciliador. Confrontar pecadores não provoca temores exagerados neste servo do Senhor.

    11) Não tem uma personalidade briguenta, mas amável. Tem ouvido para os problemas dos membros da igreja e simpatiza com as pessoas nas intermináveis lutas delas.

    12) Não tem nem uma só gota de sangue avarenta cursando pelas suas veias. Seu espírito generoso tem somente os limites dos seus recursos.

    13) Vive numa casa ordeira, organizada, que reflete sua disciplina pessoal. Seus filhos são respeitosos e obedientes. Eles amam o Senhor e se sentem privilegiados acima dos colegas da escola que não têm pais tão comprometidos com Deus como eles têm.

    14) Não é tão novo na fé que os membros na igreja o reputem imaturo. Feliz no serviço de Deus, sua sabedoria excede em muito os seus anos.

    Muitas igrejas são lideradas por pastores que carecem de algumas ou mesmo muitas das qualificações que Paulo estipula. Provavelmente, a Timóteo faltava um ou outro destes valores, mas isto não o desqualificou. Ele tinh;a o aval de Deus segundo 1 Timóteo 4.14! As igrejas terão que avaliar quais são as lacunas que são totalmente inaceitáveis e quais são toleráveis.

    Dr. Russell Shedd
    é Ph.D. em Novo Testamento pela
    Universidade de Edimburgo (Escócia),
    pastor, professor, escritor e conferencista.
    Fonte: cristianismohoje.com


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    sexta-feira, 25 de outubro de 2013

    Ciência: filha de um movimento religioso

    Por: Gustavo Veríssimo
    Título original: A ciência é filha legítima de um grande movimento religioso


    No contexto atual, poucos cientistas entendem ou aceitam tal estrutura cristã para aquilo que fazem. O fato é que, no início, a pesquisa científica encontrou seu propósito e significado fora de si mesma, na teologia cristã.

    Analisando a história, percebe-se que as grandes civilizações como os gregos, os hindus, os árabes e os chineses desenvolveram conhecimentos e técnicas consideráveis mais ou menos ao mesmo tempo. Dominavam a astronomia, as navegações, construíam edifícios, catapultas, armas, etc. No entanto, nenhum desses povos foi capaz de desenvolver a ciência como um movimento progressivo, como aconteceu na Europa Cristã no final da Idade Média.

    O conhecimento do mundo e as técnicas em posse de outras culturas não eram suficientes em si para manter em andamento a ciência como a conhecemos. O que faltava a esses povos era a estrutura certa que pudesse propiciar a confiança e a motivação necessárias para que o estudo científico florescesse...

    O filósofo John Macmurray afirmou: “a ciência é filha legítima de um grande movimento religioso e sua genealogia remonta a Jesus Cristo”1.

    Stanley Jack, historiador da ciência, em seu livro "Science and creation"2, diz:

    “A investigação científica só encontrou solo fértil depois que a fé num criador pessoal, racional, realmente impregnou toda uma cultura, a partir dos séculos da Idade Média Alta. Essa foi a fé que forneceu uma dose suficiente de crédito na racionalidade do universo, confiança no progresso e valorização do método qualitativo – todos eles, ingredientes indispensáveis da investigação científica”

    A Bíblia revela que Deus cria ordem do caos, por um ato de livre vontade (Hb 11:3), e que, a cada instante, o universo depende de Deus para continuar existindo (Hb 1:3). Considerando que Deus agiu livremente, e não podemos ter a pretensão de adivinhar o que ele fez, o único meio que temos para descobrir a criação e entendê-la é o estudo por meio da observação e da experimentação.

    Textos como Gênesis 1 e 8:22 sustentam a ideia de que Deus é um criador pessoal, racional e digno de confiança. Portanto, pode-se esperar que sua criação seja ordenada e racional. Foi sobre esse fundamento que os primeiros cientistas desenvolveram o conceito de leis naturais e começaram a procurá-las.

    De acordo com Gn 1:26-27, os seres humanos são feitos à imagem e semelhança de Deus. Essa ideia deu aos primeiros cientistas a segurança necessária para que pudessem crer que suas mentes eram imagens finitas da mente de Deus e que, portanto, eram capazes de entender sua criação e suas leis naturais. Eles tinham motivos para confiar na razão e na lógica humana.

    As ordens de dominar a terra (Gn 1:28) e de cuidar do Jardim do Éden (Gn 2:15) forneceram um estímulo religioso para o estudo científico da natureza, visto como uma forma de cumprir aqueles mandamentos de Deus.

    No contexto atual, poucos cientistas entendem ou aceitam tal estrutura cristã para aquilo que fazem. O fato é que, no início, a pesquisa científica encontrou seu propósito e significado fora de si mesma, na teologia cristã. Mesmo nos dias de hoje, quando esse propósito e significado são negligenciados, é difícil encontrar alguma outra base amplamente aceitável para a ciência.

    1 Reason and emotion, John Macmurray (p.172), Humanity Books (February 1999)

    2 Science and creation, Stanley Jaki (p. VIII), University Press Of America (September 28, 1990)


    Gustavo Veríssimo
    é professor e pesquisador do departamento de engenharia civil
    da Universidade Federal de Viçosa, MG.
    Fonte: guiame.com.br

    Momentos de Reflexão

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