Por Ana Maira Ribas
Há coisas que cansam e há outras que descansam. Entre as coisas que cansam a pior delas é uma situação que nunca desenrola. Um novelo que não tem ponta. Uma linha que não costura. Um interruptor que não acende. Um chuveiro que só pinga. Uma torneira que não sai água. Um relógio que não funciona. Um carro que não anda. Um avião que não voa. Um foguete que não vai à lua. Coisas que foram feitas para funcionar e não funcionam tomam espaço em nossa vida e nos causam um profundo cansaço. Mas há coisas que foram feitas para funcionar e funcionam. Até que um dia quebram. Explodem. Arrebentam. Estouram. Atingem o grau máximo da utilidade para a qual foram pensadas e atravessam a fronteira da inutilidade declarada: material de sucata. Finalmente acharam uma aplicação prática para a máxima de Lavoisier: “ na natureza nada se cria, nada se perde, tudo se transforma.” Garrafa pet vira bolsinha. Latinha de refrigerante se transforma em bijouteria. Pneu velho se converte em sandália. Todas as coisas encontram o seu fim e o seu começo. E assim até quando não sei. Nem o homem escapa dessa obviedade histórica: nascer, crescer, reproduzir-se e morrer. Na escala da criação os seres vivos foram feitos para a reprodução e morte. Morrer é, pois, parte do processo natural da vida. Morrer é uma outra forma de viver.
Entre as coisas que descansam a melhor delas é a contemplação de que tudo no universo parece ter sido criado para um fim. E esse fim não é o fim do final, mas é o fim para o qual todas as coisas criadas por Deus existem e coexistem conjuntamente com um propósito imutável e eterno: A primavera que precede o verão, que anuncia o outono, que introduz o inverno. O nascer do sol e o por do sol. A terra com o seu giro redondo. A lua e todos os astros que iluminam o céu. A natureza que dorme e acorda. A chuva que embebe a terra. O vapor que se condensa. O rio que corre para o mar. O mar que lambe a terra. O vôo da andorinha no céu. O caminho da serpente na pedra. Os peixes que nadam no oceano. Os animais que vivem na floresta.
Pensando bem, tudo o que Deus criou é perfeito e tudo o que o homem elaborou -com o material criado por Deus - passa por um desgaste natural. Começa bonito e acaba feio. Começa funcionando e acaba quebrando. Foi assim desde a primeira invenção humana. Foi assim com a Torre de Babel. Foi assim com o World Trade Center. Eu não me iludo com nada deste mundo. Nem com toda a grandeza de Dubai. Posso ter sonhos de consumo, posso adquirir objetos de desejo, mas sei que todas as coisas, até as mais cobiçadas, passarão pelo teste do tempo e serão reprovadas. Para mim as coisas valem pelo que nos proporcionam e não pelo que representam. A representação das coisas tem um forte apelo consumista, mas não me seduzem mais porque sei que daqui a cinco anos elas terão o seu valor nominal reduzido a pó. Cinco anos é o tempo máximo para as coisas se tornarem obsoletas. Daqui a algum tempo, elas já nascerão obsoletas.
Nada resiste ao teste do tempo. Nem o amor. Nem a dor. Nem a tristeza. Nem a saudades. Nem a raiva. Nem o ódio. O tempo acalma, apazigua, abranda, adormece, e modifica todas as coisas. Até os sentimentos.
Há coisas que cansam e há outras que descansam. Entre as coisas que cansam a pior delas é uma situação que nunca desenrola. Um novelo que não tem ponta. Uma linha que não costura. Um interruptor que não acende. Um chuveiro que só pinga. Uma torneira que não sai água. Um relógio que não funciona. Um carro que não anda. Um avião que não voa. Um foguete que não vai à lua. Coisas que foram feitas para funcionar e não funcionam tomam espaço em nossa vida e nos causam um profundo cansaço. Mas há coisas que foram feitas para funcionar e funcionam. Até que um dia quebram. Explodem. Arrebentam. Estouram. Atingem o grau máximo da utilidade para a qual foram pensadas e atravessam a fronteira da inutilidade declarada: material de sucata. Finalmente acharam uma aplicação prática para a máxima de Lavoisier: “ na natureza nada se cria, nada se perde, tudo se transforma.” Garrafa pet vira bolsinha. Latinha de refrigerante se transforma em bijouteria. Pneu velho se converte em sandália. Todas as coisas encontram o seu fim e o seu começo. E assim até quando não sei. Nem o homem escapa dessa obviedade histórica: nascer, crescer, reproduzir-se e morrer. Na escala da criação os seres vivos foram feitos para a reprodução e morte. Morrer é, pois, parte do processo natural da vida. Morrer é uma outra forma de viver.
Entre as coisas que descansam a melhor delas é a contemplação de que tudo no universo parece ter sido criado para um fim. E esse fim não é o fim do final, mas é o fim para o qual todas as coisas criadas por Deus existem e coexistem conjuntamente com um propósito imutável e eterno: A primavera que precede o verão, que anuncia o outono, que introduz o inverno. O nascer do sol e o por do sol. A terra com o seu giro redondo. A lua e todos os astros que iluminam o céu. A natureza que dorme e acorda. A chuva que embebe a terra. O vapor que se condensa. O rio que corre para o mar. O mar que lambe a terra. O vôo da andorinha no céu. O caminho da serpente na pedra. Os peixes que nadam no oceano. Os animais que vivem na floresta.
Pensando bem, tudo o que Deus criou é perfeito e tudo o que o homem elaborou -com o material criado por Deus - passa por um desgaste natural. Começa bonito e acaba feio. Começa funcionando e acaba quebrando. Foi assim desde a primeira invenção humana. Foi assim com a Torre de Babel. Foi assim com o World Trade Center. Eu não me iludo com nada deste mundo. Nem com toda a grandeza de Dubai. Posso ter sonhos de consumo, posso adquirir objetos de desejo, mas sei que todas as coisas, até as mais cobiçadas, passarão pelo teste do tempo e serão reprovadas. Para mim as coisas valem pelo que nos proporcionam e não pelo que representam. A representação das coisas tem um forte apelo consumista, mas não me seduzem mais porque sei que daqui a cinco anos elas terão o seu valor nominal reduzido a pó. Cinco anos é o tempo máximo para as coisas se tornarem obsoletas. Daqui a algum tempo, elas já nascerão obsoletas.
Nada resiste ao teste do tempo. Nem o amor. Nem a dor. Nem a tristeza. Nem a saudades. Nem a raiva. Nem o ódio. O tempo acalma, apazigua, abranda, adormece, e modifica todas as coisas. Até os sentimentos.
Ana Maria Ribas Bernardelli
Fonte: www.anamariaribas.com.br
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