Por: Gustavo Veríssimo
Título original: A ciência é filha legítima de um grande movimento religioso
No contexto atual, poucos cientistas entendem ou aceitam tal estrutura cristã para aquilo que fazem. O fato é que, no início, a pesquisa científica encontrou seu propósito e significado fora de si mesma, na teologia cristã.
Analisando a história, percebe-se que as grandes civilizações como os gregos, os hindus, os árabes e os chineses desenvolveram conhecimentos e técnicas consideráveis mais ou menos ao mesmo tempo. Dominavam a astronomia, as navegações, construíam edifícios, catapultas, armas, etc. No entanto, nenhum desses povos foi capaz de desenvolver a ciência como um movimento progressivo, como aconteceu na Europa Cristã no final da Idade Média.
O conhecimento do mundo e as técnicas em posse de outras culturas não eram suficientes em si para manter em andamento a ciência como a conhecemos. O que faltava a esses povos era a estrutura certa que pudesse propiciar a confiança e a motivação necessárias para que o estudo científico florescesse...
O filósofo John Macmurray afirmou: “a ciência é filha legítima de um grande movimento religioso e sua genealogia remonta a Jesus Cristo”1.
Stanley Jack, historiador da ciência, em seu livro "Science and creation"2, diz:
“A investigação científica só encontrou solo fértil depois que a fé num criador pessoal, racional, realmente impregnou toda uma cultura, a partir dos séculos da Idade Média Alta. Essa foi a fé que forneceu uma dose suficiente de crédito na racionalidade do universo, confiança no progresso e valorização do método qualitativo – todos eles, ingredientes indispensáveis da investigação científica”
A Bíblia revela que Deus cria ordem do caos, por um ato de livre vontade (Hb 11:3), e que, a cada instante, o universo depende de Deus para continuar existindo (Hb 1:3). Considerando que Deus agiu livremente, e não podemos ter a pretensão de adivinhar o que ele fez, o único meio que temos para descobrir a criação e entendê-la é o estudo por meio da observação e da experimentação.
Textos como Gênesis 1 e 8:22 sustentam a ideia de que Deus é um criador pessoal, racional e digno de confiança. Portanto, pode-se esperar que sua criação seja ordenada e racional. Foi sobre esse fundamento que os primeiros cientistas desenvolveram o conceito de leis naturais e começaram a procurá-las.
De acordo com Gn 1:26-27, os seres humanos são feitos à imagem e semelhança de Deus. Essa ideia deu aos primeiros cientistas a segurança necessária para que pudessem crer que suas mentes eram imagens finitas da mente de Deus e que, portanto, eram capazes de entender sua criação e suas leis naturais. Eles tinham motivos para confiar na razão e na lógica humana.
As ordens de dominar a terra (Gn 1:28) e de cuidar do Jardim do Éden (Gn 2:15) forneceram um estímulo religioso para o estudo científico da natureza, visto como uma forma de cumprir aqueles mandamentos de Deus.
No contexto atual, poucos cientistas entendem ou aceitam tal estrutura cristã para aquilo que fazem. O fato é que, no início, a pesquisa científica encontrou seu propósito e significado fora de si mesma, na teologia cristã. Mesmo nos dias de hoje, quando esse propósito e significado são negligenciados, é difícil encontrar alguma outra base amplamente aceitável para a ciência.
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Analisando a história, percebe-se que as grandes civilizações como os gregos, os hindus, os árabes e os chineses desenvolveram conhecimentos e técnicas consideráveis mais ou menos ao mesmo tempo. Dominavam a astronomia, as navegações, construíam edifícios, catapultas, armas, etc. No entanto, nenhum desses povos foi capaz de desenvolver a ciência como um movimento progressivo, como aconteceu na Europa Cristã no final da Idade Média.
O conhecimento do mundo e as técnicas em posse de outras culturas não eram suficientes em si para manter em andamento a ciência como a conhecemos. O que faltava a esses povos era a estrutura certa que pudesse propiciar a confiança e a motivação necessárias para que o estudo científico florescesse...
O filósofo John Macmurray afirmou: “a ciência é filha legítima de um grande movimento religioso e sua genealogia remonta a Jesus Cristo”1.
Stanley Jack, historiador da ciência, em seu livro "Science and creation"2, diz:
“A investigação científica só encontrou solo fértil depois que a fé num criador pessoal, racional, realmente impregnou toda uma cultura, a partir dos séculos da Idade Média Alta. Essa foi a fé que forneceu uma dose suficiente de crédito na racionalidade do universo, confiança no progresso e valorização do método qualitativo – todos eles, ingredientes indispensáveis da investigação científica”
A Bíblia revela que Deus cria ordem do caos, por um ato de livre vontade (Hb 11:3), e que, a cada instante, o universo depende de Deus para continuar existindo (Hb 1:3). Considerando que Deus agiu livremente, e não podemos ter a pretensão de adivinhar o que ele fez, o único meio que temos para descobrir a criação e entendê-la é o estudo por meio da observação e da experimentação.
Textos como Gênesis 1 e 8:22 sustentam a ideia de que Deus é um criador pessoal, racional e digno de confiança. Portanto, pode-se esperar que sua criação seja ordenada e racional. Foi sobre esse fundamento que os primeiros cientistas desenvolveram o conceito de leis naturais e começaram a procurá-las.
De acordo com Gn 1:26-27, os seres humanos são feitos à imagem e semelhança de Deus. Essa ideia deu aos primeiros cientistas a segurança necessária para que pudessem crer que suas mentes eram imagens finitas da mente de Deus e que, portanto, eram capazes de entender sua criação e suas leis naturais. Eles tinham motivos para confiar na razão e na lógica humana.
As ordens de dominar a terra (Gn 1:28) e de cuidar do Jardim do Éden (Gn 2:15) forneceram um estímulo religioso para o estudo científico da natureza, visto como uma forma de cumprir aqueles mandamentos de Deus.
No contexto atual, poucos cientistas entendem ou aceitam tal estrutura cristã para aquilo que fazem. O fato é que, no início, a pesquisa científica encontrou seu propósito e significado fora de si mesma, na teologia cristã. Mesmo nos dias de hoje, quando esse propósito e significado são negligenciados, é difícil encontrar alguma outra base amplamente aceitável para a ciência.
1 Reason and emotion, John Macmurray (p.172), Humanity Books (February 1999)
2 Science and creation, Stanley Jaki (p. VIII), University Press Of America (September 28, 1990)
Gustavo Veríssimo
é professor e pesquisador do departamento de engenharia civil
da Universidade Federal de Viçosa, MG.
Fonte: guiame.com.br
é professor e pesquisador do departamento de engenharia civil
da Universidade Federal de Viçosa, MG.
Fonte: guiame.com.br