O cristão, aquele que segue a Cristo, tem a liberdade do poder pecado. Diante da tentação, diante da oportunidade de pecar, o cristão tem a capacidade de resistir e dizer não! Todos os libertos em Cristo tem o poder de agir de acordo com a vontade de Deus. Os que furtavam, agora têm o poder para não furtar mais; os que se prostituíam, agora podem optar por consagrarem-se ao Senhor; os que mentiam têm o poder para não mentirem mais; os avarentos agora podem se desprender em doações e caridades; os maldizentes têm a capacidade de se tornarem intercessores e abençoadores, inclusive, dos que os perseguem. Somos livres do pecado em Cristo Jesus para servimos de todo o coração ao nosso Deus.
A liberdade que Cristo nos dá é também a liberdade do poder de Satanás sobre nossas vidas. Satanás tem muito poder sobre a mente não regenerada. A estes, Satanás conduz como quer, por isso precisamos ter em mente as palavras do apóstolo Paulo: “Porque não temos que lutar contra a carne e o sangue, mas, sim, contra os principados, contra as potestades, contra os príncipes das trevas deste século, contra as hostes espirituais da maldade, nos lugares celestiais” (Ef 6:12).
Sobre a vida do cristão, Satanás tem seu poder limitado. Ele pode nos tentar, pode nos oprimir, pode nos oferecer oportunidades, mas não pode nos fazer pecar. O pecado é uma decisão pessoal. Segundo Tiago “...cada um é tentado, quando atraído e engodado pela sua própria concupiscência” (Tg 1:14). Satanás pode intensificar uma tentação, mas somos libertos em Cristo e podemos resistir e vencê-lo. O que disse Jesus? “se permanecerdes na minha palavra ... conhecereis a verdade e a verdade vos libertará”. Em conformidade com esta palavra Tiago disse: “Sujeitai-vos, pois, a Deus, resisti ao diabo, e ele fugirá de vós” (Tg 4:7). Permanecer nas palavras de Cristo é nos sujeitarmos a Deus, deste modo conheceremos a verdade que nos dá a liberdade do poder de Satanás, para sermos capazes de resisti-lo e assim ele fugirá de nós – não pelo nosso poder, mas pela força que opera em nós por Cristo Jesus.
A liberdade, a verdadeira liberdade, começa quando recebemos a Jesus em nosso coração. A partir desse momento somos selados pelo Espírito Santo. O Espírito Santo de Deus passa a fazer morada em nós e, então, passamos a ser transformados por Ele, regenerados por Ele dia após dia. É no ato da nossa conversão que recebemos de Deus a nossa liberdade: o poder de fazer o que deve ser feito.
A Palavra de Deus também nos revela que essa liberdade cristã precisa ser conservada, precisa ser preservada.
Jesus nos disse: “se permanecerdes...” É necessário permanecemos em Jesus e estarmos em comunhão com Ele. Na mesma medida em que nos afastamos de Cristo, também nos afastamos da nossa liberdade. A nossa liberdade, isto é, a nossa capacidade de fazer o que é correto, a capacidade de resistir ao pecado, só pode ser mantida se estivermos ligados em Jesus. Precisamos permanecer na sua vontade para não voltarmos à escravidão do pecado. Sendo assim, precisamos fazer uma auto-análise - julgar a nós mesmos - para saber até que ponto nós estamos realmente libertos em Cristo. Olhe para dentro de você agora e analise. Há algum pecado, algum vício que tem te escravizado? Tem algum pecado que tem sido recorrente em sua vida? Algo que realmente o está aprisionando? Se isso acontece, pode ser que você tenha deixado de lado a conservação da sua liberdade!
Vamos ler dois textos:
“Porque a carne cobiça contra o Espírito, e o Espírito contra a carne; e estes opõem-se um ao outro, para que não façais o que quereis” (Gl 5:17)
“Não erreis: Deus não se deixa escarnecer; porque tudo o que o homem semear, isso também ceifará. Porque o que semeia na sua carne, da carne ceifará a corrupção; mas o que semeia no Espírito, do Espírito ceifará a vida eterna” (Gl 6:7-8)
Não podemos ignorar a batalha espiritual que enfrentamos todos os dias, nem mesmo podemos tratar esta batalha como algo de pouca importância. “... a carne cobiça contra o Espírito, e o Espírito contra a carne...” Há uma luta constante dentro de cada cristão. É bom frisarmos que “carne” neste versículo, não se trata da parte material do ser humano, mas sim dos desejos provenientes da nossa natureza decaída. É fundamental à vida cristã que nós perseveremos em andar no Espírito, semeando no Espírito, alimentando o nosso espírito. E como é que semeamos no Espírito? É com a leitura da Palavra, oração, comunhão com Deus e jejuns. É muito bom quando conseguimos separar um momento do nosso dia para meditarmos na Sua Palavra e entrarmos na Sua presença. Nós precisamos nos esforçar para que nossa rotina diária, nossa lida de todo dia, não nos tirem o interesse pelas coisas do Reino. Só alimentando o espírito é que poderemos vencer a escravidão do pecado, porque é a ação regeneradora do Espírito Santo que nos dá liberdade.
Portanto, a liberdade que desfrutamos em Cristo, não é uma liberdade para o mal, mas para a justiça; é a liberdade para servirmos a Deus e amarmos ao próximo com desprendimento e piedade.
“E conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará”
Aqui há mais um ponto que precisamos definir: o que é verdade? Qual é a verdade que liberta? Como podemos definir o que é essa verdade que pode nos libertar?
Podemos definir a verdade como: “a conformidade do dito com o feito; do discurso com a realidade”.
Mas o que acontece, muitas vezes, é que a realidade nem sempre pode ser comprovada. Elas apenas podem ser cridas e aceitas como verdade. A realidade do céu e do inferno, por exemplo; a realidade da vida após a morte; e para alguns, a realidade do Próprio Deus. Já que não têm comprovação, o povo passa a buscar as suas respostas em todos os meios possíveis, a fim de satisfazerem suas indagações a cerca da vida: na ciência, na filosofia, nas religiões...
Então cada grupo apresenta a sua verdade para as realidades que não podem ser facilmente comprovadas. Os cientistas buscam as suas verdades analisando o que pode ser observado. A verdade dos cientistas está naquilo que eles podem ver. Mas como a ciência não tem respostas para todas as coisas e a curiosidade do homem não tem limites, esses homens nunca deixaram de usar uma boa medida de imaginação para apresentarem as suas verdades. Essas mentes distantes de Deus, imaginaram que o surgimento de todo o universo e a origem da própria vida são um mero capricho do acaso: num momento de extrema sorte, uma série de eventos sucessivos ao longo de trilhões e trilhões de anos culminou no aparecimento da Terra e de toda a diversidade de vidas sobre a Terra. E os que pensam assim são em sua maioria ateus. Se há uma coisa que ache irracional e ilógico e a crença do ateu. Certa vez ouvi uma proposição mais ou menos assim:
Imaginemos o seguinte: um imenso espaço, como um galpão ou um estádio de futebol coberto. E dentro deste lugar não há absolutamente nada, está totalmente vazio. Está completamente limpo, não há nem um grãozinho de poeira, não há nem mesmo um único micróbio neste lugar. Além disso, o lugar está hermeticamente fechado e não há ar dentro deste lugar, nem uma partícula de oxigênio ou qualquer outro elemento. Nada pode entrar lá e nada pode sair de lá. Vamos imaginar que este mesmo lugar permaneça assim por alguns trilhões de anos e, ao término deste tempo, ele seja aberto. O que é que encontraríamos lá dentro? NADA! Ora, é claro que não acharemos nada! Não é possível que algo apareça espontaneamente do nada. O “nada” não pode produzir coisa alguma. Todas as coisas que existem, tudo o que há, teve um princípio e o princípio de todas as coisas só pode ser Deus!
“No princípio criou Deus os céus e a terra” (Gn 1:1)
Assim começa as Escrituras Sagradas. Deus criou os céus e a terra. O mais interessante é que o verbo “criou” no original hebraico, é “bara” (אבָּרָ). Este verbo só é usado na Bíblia quando se refere a Deus, pois seu significado é criar a partir do nada. Só Deus pode criar do nada todas as coisas! Glória da Deus!
Então não há ninguém que possa chegar diante de Deus, no último dia e dizer: “Senhor, me perdoe porque eu não sabia que o Senhor existia. Ninguém veio até mim para dar testemunho de que o Senhor existia!”. Ninguém poderá dizer isso ao Senhor porque os céus e a terra anunciam a Sua Glória.
“Os céus declaram a glória de Deus e o firmamento anuncia a obra das suas mãos” (Sl 19:1)
“Porquanto o que de Deus se pode conhecer é manifesto entre eles, porque Deus lhes manifestou. Porque os atributos invisíveis de Deus, assim o seu eterno poder, como também a sua própria divindade, claramente se reconhecem, desde o princípio do mundo, sendo percebidos por meio das coisas que foram criadas. Tais homens são, por isso, indesculpáveis” (Rm 1:20) ARA
A criação anuncia a verdade de que Deus existe. Ninguém pode dizer que não sabia de Sua existência. Não há desculpas! Nem para cientistas, nem para ateus, nem para filósofos, nem para ninguém.
Assim, cada grupo anuncia a sua própria verdade. Mas qual é a verdade? Qual a diferença entre a verdade anunciada pelos povos e a verdade anunciada pelos cristãos?
A verdade dos povos é um conjunto de conceitos, propostas e formulações de homens. Estes conceitos são independentes das pessoas que os criaram.
As “verdades” que o Siddhartha Gautama, chamado o Buda, deixou, são seguidas pelos seus adeptos até os dias de hoje, mesmo sem a sua presença. Buda não é necessário no budismo.
Hippolyte Léon Denizard Rivail, mais conhecido como Allan Kardec, escreveu vários livros que hoje norteiam o espiritismo. Allan Kardec se foi e o espiritismo permanece. Allan Kardec não é necessário ao espiritismo.
E assim é também, com todos os fundadores de filosofias e religiões; suas verdades são meras proposições de suas mentes. Mas a verdade cristã não é um conjunto de idéias sobre algum fato. A verdade para o cristão não se trata de um discurso ou testemunho, mas sim de uma Pessoa: Jesus Cristo nosso Senhor! Jesus é a verdade.
“Disse-lhe Jesus: Eu sou o caminho, e a verdade e a vida; ninguém vem ao Pai, senão por mim” (Jo 14:6)
As palavras de Jesus sempre foram atreladas a sua própria pessoa de tal forma que é impossível haver cristianismo sem Jesus Cristo.
Há muitos que dizem: “Todas as religiões levam a Deus”. E com essa verdade eu tenho que concordar, pois todos havemos de comparecer ante Aquele a quem devemos de prestar contas. Mas só há uma maneira de alcançarmos a salvação: pela verdade que é Jesus Cristo, só em Cristo há salvação:
“E em nenhum outro há salvação, porque também debaixo do céu nenhum outro nome há, dado entre os homens, pelo qual devamos ser salvos” (At 4:12)
Jesus Cristo é a verdade que liberta.
“Se permanecerdes na minha palavra, verdadeiramente sereis meus discípulos e conhecereis a verdade e a verdade nos libertará”
Jesus é o Verbo que se fez carne; a expressa imagem do Ser de Deus; e nEle habita toda a plenitude da divindade. As Suas palavras são as palavras do Próprio Deus. São as palavras que revelam a verdade do Reino de Deus, a verdade que liberta e que salva a todo aquele que nEle crê. Só em Cristo permaneceremos na Verdade, só na Verdade viveremos em liberdade, servindo a Deus com todo o nosso coração, sem culpas, sem amarras, na plena graça de Deus.
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